Além das aptidões e das
qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos.
-
Albert Einstein
APRESENTAÇÃO
Escudo de
Armas dos Maçons (Alemanha, 1515)
Em 1909 houve uma palestra para a Sociedade de
Engenheiros de Leicester, com posterior publicação dum livreto intitulado Arte Tectônica , um estudo de quinze
páginas dedicado à história das agremiações de construtores, à sua organização,
a algumas das suas técnicas e às suas simbologias, seu autor foi um maçom
chamado Clemente Stretton.
Stretton reafirmava que a Maçonaria Especulativa
foi originada a partir da Maçonaria Operativa, entretanto os Maçons Aceitos
Especulativos teriam sido recebidos apenas nos graus iniciais da Ordem, tendo
apenas um conhecimento parcial ou incompleto. Stretton possuía uma posição
ímpar da questão, além de Maçom Especulativo, era engenheiro de profissão e
trabalhara na construção de diversas estruturas, dizia que ele próprio havia recebido
de um remanescente destes Maçons Operativos as instruções da A
Respeitável Sociedade de Pedreiros Livres, Pedreiros Brutos, Muradores,
Telhadores, Calceteiros, Pavimentadores e Ladrilheiros.
Posteriormente Thomar Carr compilou e editou parte
dessas instruções com permissão desta Sociedade
e auxílio do próprio Sttrenton, e esta é a obra que segue traduzida. Para os
trabalhos de tradução, foram utilizadas algumas edições em língua inglesa (a original)
e outras em espanhola, cujas notas e parênteses relevantes foram mantidos e acrescidos
junto a algumas considerações finais e explicativas sobre o texto.
FRONTISPÍCIO
O
RITUAL
DOS
FRANCOS-MAÇONS
OPERATIVOS
(UM
TESTEMUNHO PARA O RETORNO ÀS PRATICA TRADICIONAIS)
Dr. Thomas Carr
[The Ritual of the Operative Free Masons. Ann Arbor,
Mich: The Tyler Pub. CO,
1911.]
TESE
Este
artigo foi escrito, em primeiro lugar, para provar que a Maçonaria Especulativa
é derivada da Maçonaria Operativa e em segundo lugar, para prestar um
testemunho sobre Francos-Maçons Operativos, seu ritual e seus costumes.
A Respeitável Sociedade de
Pedreiros Livres, Pedreiros Brutos, Muradores, Telhadores, Calceteiros,
Pavimentadores e Ladrilheiros
Loja "Mount Bardon"
Nº 110
Fundada 1831
Bardon Hill,
Leicestershire
A Loja acima Nº 110 da
Divisão de York, aprovou a seguinte resolução em reunião realizada em 6 de
Maio, 1911:
Que a matéria escrita por
Thomas Carr de 9 Carlton Terrace, Blackpool, M.D., sobre O Ritual dos
Francos-Maçons Operativos é um testemunho verdadeiro e acurado das cerimônias
praticadas por essa da Loja, e o que se tem sobre a tradição transmitida a nós
nas cerimônias originais que foram praticadas desde tempos imemoriais.
Que a referida matéria se
baseia em informações fornecidas por nós ou por nossos membros credenciados e
que o dito Thomas Carr recebeu a nossa permissão para publicar a matéria.
Que há muito mais sobre nosso
ritual e cerimônias do que é descrito na matéria, mas dito que o testemunho na
matéria é estritamente preciso na medida do possível.
Este Thomas Carr Isso é um
membro correspondente desta Loja em plena capacidade e de boa reputação.
Assina, JOHN A. GRANT, 1º
Mestre.
Assina, ROBERT WALTER GRANT, 2º Mestre.
Assina, WILLIAN GEORGE MAJOR BAILEY, 3º Mestre.
Assina, ROBERT B. GRANT, Secretário, I P. M., VIIº.
I. INTRODUÇÃO
A
maioria dos Francos-Maçons especulativos é ciente do fato de que uma Agremiação
de Francos-Maçons Operativos continua existindo, tal qual A Companhia de Maçons
de Londres.
É
um fato comprovável que diversas Sociedades de Maçons Operativos existiram na
Inglaterra, França e Itália durante a Idade Média, e que construíram as igrejas,
pontes e catedrais que ainda hoje adornam tais países. Também na Alemanha
floresceu um corpo bem organizado destes Maçons, conhecidos como os
Steinmetzen.
O
nome Franco-Maçom (Free Mason) foi utilizado pela primeira vez no Estatuto XXV
de Eduardo III (1352). Diversos autores já demonstraram como os Maçons tinham de
viajar para onde quer fosse necessário a fim de realizar seu trabalho, e como
os Maçons ingleses trabalharam na França e os franceses na Inglaterra.
Quando
a escrita estava limitada ao clero e os diplomas eram desconhecidos, a solução
idônea para atestar como um desconhecido podia ser um hábil e autêntico
artesão, foi possuir um sistema de palavras de passe e sinais. Esses lhes
permitiriam demonstrar que tinham aprendido regularmente seu ofício e que não
eram cowans[1]
ou impostores. Os antigos Maçons Operativos da Idade Média, tanto na Inglaterra
como no resto da Europa, tinham seus próprios procedimentos regulares para
admitir a um leigo como Aprendiz, lhe ensinar o Ofício e qualificá-lo para sua
prática.
Uma
boa parte dos Antigos Deveres e Regulamentações daqueles tempos chegaram até
nós. Cerca de oitenta documentos foram estudados e autentificados como tais, os
quais podem ser estudados no excelente trabalho do ex-Venerável Baxter que consta
no primeiro volume das “Transactions of the Quatuor Coronati Lodge”[2].
A
relação que segue elenca alguns dos mais importantes desses como são geralmente
chamados “Antigos Deveres”:
RELAÇÃO
DE ALGUNS DOS ANTIGOS DEVERES.
Regius (Halliwell), c. 1390, British Museum, Royal
Library 17 A i.
Cooke, Early isth Century, British Museum, Add. M.S.
23, 198.
Lansdowne, Before 1598, British Museum, No. 98, art
48, f 276 B.
Sloane No. i, 1646, British Museum, No. 3848.
Sloane No. 2, 1649, British Museum, No. 3323.
Harleian 1942, 17th Century, British Museum, Harleian
No. 1942.
Harleian 2054, 17th Century, British Museum, Harleian
No. 2054.
Harris No. 2, 1781, British Museum, Ephemerides, pp.
2493 g a a.
Grand Lodge No. i, 1583, Grand Lodge Library.
Grand Lodge No. 2, i7th Century, Grand Lodge Library.
Buchanan, 1670, Grand Lodge Library, (Copy in Gould's
Book).
Colonel Gierke, 1686, Grand Lodge Library.
Thomas Foxcroft, 1699, Grand Lodge Library.
Stanley, 1677, W. Yorks, Masonic Library.
William Watson, 1687, W. Yorks, Masonic Library.
Taylor, Late 17th Centurj', W. Yorks, Masonic Library.
Plot, 1686, Published in Natural History of
Staffordshire. Dr. Plot.
Bain, Bro. C. A. Wilson, Armley, Leeds.
Scarborough, Before 1705, Grand Lodge of Canada.
Inigo Jones, 1607, Prov. Grand Lodge, Worcestershire.
Wood, 1610, Prov. Grand Lodge, Worcestershire.
Lechmere, 17th Century, Prov. Grand Lodge, Worcestershire.
Phillips No. I, 17th Century, Rev. J. E. A. Fenwick,
Cheltenham.
Phillips No. 2, 17th Century, Rev. J. E. A. Fenwick,
Cheltenham.
Phillips No. 3, Early i8th Cent., Rev. J. E. A.
Fenwick, Cheltenham.
Strasburg, 1459, M.S. at Strasburg (Findel).
Torgau, 1462, ? (Findel).
Kilwinning No. i, Late 17th Century, S. Michaels,
Kilwinning,
Dumfries.
Kilwinning No. 2, 17th Century, S. Michaels,
Kilwinning, Dumfries.
Kilwinning No. 3, Late 17th Century, S. Michaels,
Kilwinning,
Dumfries.
Kilwinning No. 4, 1730-40, S. Michaels, Kilwinning,
Dumfries,
(A. Q. C. 6).
Kilwinning No. 5, 1730-40, S. Michaels, Kilwinning,
Dumfries.
Antiquity,
1686, Lodge of Antiquity.
De
tais Antigos Deveres, obtemos evidências da utilização de Instruções Morais e
de Sinais Secretos. Consequentemente desde tempos remotos um alto critério
moral foi inculcado através deles. E no mais antigo de todos os Deveres, o Manuscrito Regius (cerca 1390), fazem-se
recomendações ao modo das “verdades auto evidentes”.
O
Manuscrito Harleian N.º 2054, que data do século XVII e
originalmente pertenceu a Agremiação de Chester, entre outras coisas, diz que “existem
muitas palavras e sinais de um Franco-Maçom” que não deverão ser comunicadas “a
não ser aos Mestres e Companheiros da Sociedade de Franco-Maçons, assim Deus me
ajude. Aqui segue o respeitável e pio juramento dos Maçons.”.
No
século XVII, e provavelmente antes, cavalheiros (privategentlemen)[3] e
oficiais do exército começaram a ser aceitos como membros da Sociedade de
Francos-Maçons na Inglaterra e Escócia.
O
advogado John Boswell, latifundiário,
foi membro da St. Mary’s Chapel Lodge,
de Edimburgo, em 1600. Robert Moray, Intendente
Geral do Exército Escocês, foi constituído Maçom em Newcastle em 1641. Elias
Ashmole, célebre antiquário, e o coronel Henry Manwaring foram constituídos Maçons em Warrington em 1646.
É
interessante notar o fato que esses três homens, quais eram os primeiros Maçons
Honorários ou Não-Operativos, ou em termos mais modernos Especulativos, foram
constituídos na Inglaterra. Moray era
presbiteriano e um partidário escocês em prol de um Parlamento Escocês autônomo, Ashmole
era um católico realista que apoiava à Monarquia
da Casa dos Stewart e Manwaring
era o anglicano do grupo, tendo uma postura que defendia o Parlamento da Inglaterra e contrária à Casa dos Stewart. De modo que naqueles dias, a Maçonaria era um
vínculo de união entre homens de diferentes religiões e opiniões políticas, e o
continuou sendo inclusive nos tempos da Grande
Guerra Civil Anglo-Escocesa.
Em
1647, o Dr. William Maxwell ingressou
na Loja Maçônica de Edimburgo. Até onde se sabe, foi o primeiro médico que se
tornou Maçom. Também devemos notar que nas atas da St. Mary’s Chapel Lodge, em Edimburgo, está registrado que, o já mencionado,
Boswell assinou sua marca na reunião
da Loja Maçônica ocorrida em 8 de junho de 1600. Os Earls de Cassilis e Eglinton foram iniciados na Loja
Maçônica do Kilwinning em 1670 ou por
volta disso. Tais cavalheiros como foram mencionados, começaram a ser
conhecidos como Maçons Aceitos a partir
de tais datas, e gradualmente aumentaram em número.
Em
1717, sob a influência do Dr. Anderson e coligados, alguns Franco-Maçons Operativos,
junto a alguns Não-Operativos Aceitos (ou Francos-Maçons Especulativos),
pertencentes a quatro Lojas Maçônicas de Londres, reuniram-se para formar a Primeira Grande Loja Maçônica. Uma variante
na qual a Maçonaria Especulativa em vez da Operativa era o propósito principal.
As ferramentas arquitetura e construção se tornaram simbólicas, mas seu Ritual se
apoiou no Ritual da Antiga Sociedade Operativa, do qual se tomou largos
conteúdos.
Os
graus de Aprendiz e de Companheiro do Ofício se fundaram sobre os
correspondentes graus do sistema operativo.
Posteriormente,
quando o grau de Mestre, não de Mestre da Loja e sim o de Mestre Maçom, foi
acrescentado, Anderson e coligados inventaram uma cerimônia apoiada no Festival Anual dos Operativos, celebrado
em 2 de Outubro para celebrar o assassinato de Hiram Abiff durante a construção
do Templo do Rei Salomão.
Os
verdadeiros segredos e o verdadeiro Ritual do grau operativo de Mestre não puderam
ser incluídos, pois só uns poucos os conheciam, ou seja, somente aqueles que
ostentavam o título de algum dos Três Mestres de VII° que regiam a Sociedade Operativa.
Anderson, certamente, não era um deles, sua função tinha sido a de capelão,
entretanto é possível que tivesse sido admitido como membro Aceito da Ordem
alguns anos antes na Escócia[4].
II. A PROCEDÊNCIA DA FRANCO-MAÇONARIA ESPECULATIVA DA OPERATIVA
Se
alguém ainda duvida do fato de que a formação da Franco-Maçonaria Especulativa
se concretizou a partir da Franco-Maçonaria Operativa, seria singularmente
singelo convence-lo de seu engano se tão somente estudasse o primeiro Livro das Constituições.
O
primeiro Livro das Constituições é o
original que Anderson foi comissionado para preparar. Ele foi instruído “para
ordenar e arrumar as antigas Constituições Góticas sobre um novo e melhorado
sistema”. E foi impresso e publicado sob a autoridade da Grande Loja Maçônica em
1723.
Apesar
das múltiplas mudanças e novas edições, e sua completa revisão devido à União
de 1813, a edição atual do Livro das
Constituições continua mostrando inequivocamente sua origem operativa.
Os
Antigos Deveres que aparecem na página 1 do atual Livro das Constituições, datado de 1909, são quase idênticos aos
Antigos Deveres incluídos no primeiro Livro
das Constituições publicado em 1723. As alterações são muito pequenas e
quase insignificantes, e não há mudança alguma na Seção V que é a que se pode utilizar
para corroborar a procedência da Franco-Maçonaria Especulativa da
Franco-Maçonaria Operativa. A Seção V se titula “Do Regulamento da Corporação Durante
os Trabalhos” e se poderá notar que os termos utilizados são nitidamente
operativos.
DO
REGULAMENTO DA CORPORAÇÃO DURANTE OS TRABALHOS.
1.
Todos
os Maçons devem trabalhar honestamente nos dias úteis, para que possam viver
honrosamente nos dias santos e no tempo determinado pela lei do país, ou conforme
o costume qual deverá ser observado.
2. O mais perito entre os Companheiros
será escolhido e nomeado como Mestre ou Supervisor da obra do Senhor e este
deverá ser chamado de Mestre por aqueles que trabalharão abaixo dele. Os Companheiros
devem evitar toda a linguagem danosa e não devem chamar um ao outro por nenhum
nome jocoso, mas sim por Irmão ou Companheiro e devem se comportar com cortesia
dentro e fora da Loja.
3. O Mestre, sabendo-se capaz de
sagacidade, se comprometerá com a obra do Senhor o quão razoavelmente possível,
tratando de fato os bens dele como se fossem os seus próprios e não dará mais remuneração
para qualquer Irmão ou Aprendiz do que eles realmente mereçam.
4. Ambos, o Mestre e os Maçons devem
receber os seus salários de forma justa, devem ser fieis ao Senhor e concluir o
seu trabalho honestamente, seja por tarefa ou jornada e nem proporão trabalho por
tarefa quando se é o costume por jornada.
5. Ninguém deverá invejar a
prosperidade do Irmão, nem suplantá-lo, nem tirá-lo de um trabalho sendo ele capaz
de terminá-lo, porque ninguém deve terminar o trabalho do outro senão para benefício
do Senhor, de modo que tal, já esteja plenamente familiarizado com os desenhos
e rascunhos que foram traçados.
6. Quando um Companheiro é
escolhido como Vigilante da obra pelo Mestre, este deverá ser fiel ao seu Mestre
e aos Companheiros, cuidadosamente supervisionará o trabalho na ausência do Mestre,
para o benefício do Senhor e seus Irmãos o deverão obedecer.
7. Todos os Maçons empregados
receberão seus salários humildemente, sem murmúrio ou revolta e não abandonarão
o Mestre até que o trabalho seja concluído.
8. Um Irmão mais novo deverá ser
instruído no trabalho a fim de evitar que estrague materiais por falta de entendimento
e também para fomentar e perenizar o amor fraterno.
9. Todas as ferramentas
utilizadas no trabalho deverão ser aprovadas pela Grande Loja.
10. Nenhum operário deve ser
empregado no trabalho próprio de um Maçom, nem Francos-Maçons trabalhar com
aqueles que não são francos sem uma necessidade urgente, nem devem ensinar operários
e maçons não aceitos como eles ensinariam a um Irmão ou Companheiro.
O
Ritual Especulativo também nos fornece provas de sua procedência do Ritual
Operativo:
1.
Quando
apresentam as Ferramentas de Trabalho em cada um dos três graus: “Como nem todos
somos Maçons Operativos, e sim francos e aceitos, ou especulativos.”;
2. Os Maçons Operativos são
mencionados na leitura sobre o primeiro Painel de Loja Maçônica quando as Joias
Móveis são mencionadas e sua utilização explicada;
3.
Os
Maçons Operativos são também mencionados nas leituras oficiais: Leitura 1, seção
VII do Ritual de Emulação.
Em
6 de janeiro de 1911, uma nota histórica do Ex-Venerável John P. Simpson, B.A, Past Assistente do Grande Guarda Selos[5]
foi publicada pela Grande Loja Maçônica, na qual o autor expressava: “Os
Rituais da Franco-Maçonaria do Primeiro e Segundo graus derivam sem dúvida, em
parte, das cerimônias da antiga Agremiação Operativa”. Simpson poderia haver
dito mais acertadamente, que em sua maioria se derivavam das cerimônias
operativas.
Deve-se
adicionar que acontece o mesmo com o Terceiro Grau e também com o Grau da
Marca.
A
discussão sobre o grau de Mestre Maçom tornaria muito extenso o presente
trabalho, mas será contemplada a publicação de um texto sobre “O Terceiro grau”
em algum momento futuro. Aqui só deve-se dizer que o Terceiro grau é uma ideia
tardia no que tange à Maçonaria Especulativa. Tal como o sistema foi formulado
em 1717, e como pode ver-se no primeiro Livro
das Constituições de 1723, não existia o Terceiro grau; um Maçom só chegava
a ser intitulado “Mestre” quando alcançava a posição de Mestre da Loja. Os
Antigos Deveres da edição atual do Livro
das Constituições são suficientes para esclarecer este ponto, ainda quando
este parágrafo é idêntico à aparição na primeira edição de 1723:
“Nenhum
Irmão poderá ser Vigilante até que tenha passado do grau de Companheiro, nem Mestre
até que tenha atuado de Vigilante, nem Grande Vigilante se não tiver sido Mestre
de uma Loja Maçônica […] [§. IV, ¶. 2]”.
E
na presente edição, de 1909, do Livro das
Constituições existe uma nota acrescentada a esta seção que não aparecia no
livro de 1723, mas que havia sido acrescentada em 1815:
“Em
tempos antigos, nenhum Irmão, sem importar suas habilidades no ofício, era
chamado Mestre Maçom até ter sido eleito para o trono de uma Loja Maçônica.”
O
Terceiro grau especulativo, como já indicado, está, entretanto, apoiado no
Ritual Operativo, como uma adaptação da Cerimônia Anual qual os operativos
celebravam em 2 de outubro, para solenizar o assassinato do Terceiro Mestre,
Hiram Abiff, um mês antes da Dedicação do Templo, que se celebrava em 30 de
outubro[6].
III. OS FRANCOS-MAÇONS OPERATIVOS EXISTENTES
O
nome completo da existente Sociedade de Franco-Maçons Operativos, cujo Ritual está
a se referir, é o de “Respeitável Sociedade de Pedreiros Livres, Pedreiros
Brutos, Muradores, Telhadores, Calceteiros, Pavimentadores e Ladrilheiros”.
Os
Pedreiros Brutos (Maçons Brutos) e os Muradores eram os artesãos inferiores que
faziam um trabalho mais pesado que o dos Pedreiros Livres (Maçons Livres ou Franco-Maçons).
Eles não eram Companheiros das Lojas Maçônicas de Franco-Maçons, mas sim,
considerados como “Associados”, tendo, entretanto, suas próprias cerimônias.
Eram considerados como “desbastadores” (scabblers)[7] e
seu trabalho não ia “em linha”. Era-lhes permitido ingressar no primeiro grau
de Aprendiz Murador (Apprentice Stone Yard ou Waller), mas não ao segundo de
Companheiro Murador (Fellow’s Yard ou Waller).
Os
Telhadores, Calceteiros, Pavimentadores e Ladrilheiros eram, certamente,
ofícios distintos.
Em
Londres os Pavimentadores, Calceteiros e Ladrilheiros eram de fato três
companhias claramente separadas e diferenciadas.
Uma
Sociedade que compreenda tão diversos ofícios é à primeira vista algo curioso,
mas depois de uma investigação se encontrará que não era algo fora do comum
segundo os costumes imperantes no século XVII.
Em
Kendal, em 1667, a 12ª Companhia de Comércio estava integrada por Maçons
Livres, Maçons Brutos, Muradores, Calceteiros, Telhadores e Carpinteiros.
Em
Oxford, uma Companhia foi incorporada em 1604 e chamada de “A Companhia de
Maçons Livres, Carpinteiros, Montadores e Telhadores da cidade de Oxford”. Em
Gateshead a mais curiosa associação de ofícios foi incorporada por uma patente
de Cosin, bispo de Durham, em 1671. Os ofícios enumerados eram: Maçons Livres,
Espeleólogos, Desbastadores, Escultores, Trabalhadores de pedreira, Rejuntadores,
Ladrilheiros, Vidreiros, Pintores, Fundidores, Chaveiros, Esculpidores,
Encanadores, Maquinistas, Correeiros, Brideros, Baúzeiros e Destiladores.
Em
Edimburgo, a Companhia de St. Mary’s Chapel ao mesmo tempo abrangia uma grande
quantidade de ofícios, tais como Trançadores, Ourives, Tapeceiros, Arqueiros, Telhadores,
Vidreiros, Pintores, Encanadores e Operários, além de Maçons. Mais tarde permaneceram
apenas dois ofícios na União, os Operários e os Maçons que se apartaram depois
constituindo separadamente distintas corporações. O maior interesse,
entretanto, centra-se na cidade de Durham, onde se encontra a mesma combinação
de ofícios que da Sociedade qual se aborda.
Em
1594 o bispo Mathew Hutton incorporou a Sociedade de “Maçons Brutos, Muradores
e Telhadores”. Em 1609 o bispo James confirmou seus Regulamentos (Bye Laws) e Ordenanças
nas quais eram denominados “Maçons Brutos, Muradores, Telhadores,
Pavimentadores, Cobridores e Revocadores”. Em 16 de abril de 1638, o bispo
Morton outorgou uma nova patente “À Companhia Associada e a Fraternidade de
Maçons Livres, Maçons Brutos, Muradores, Telhadores, Pavimentadores,
Revocadores e Ladrilheiros”.
Os
bispos de Durham foram condes palatinos[8],
assim as patentes provinham deles.
Estes
Operativos chegaram a ser homens livres da cidade, o que lhes conferia muitos
direitos e privilégios, e muitos cavalheiros (gentry) do condado chegaram a ser
membros honorários de tal Sociedade, o que reconheciam como uma distinta honraria.
Tal como hoje em dia, muitos membros da classe mercantil e profissional se tornam
homens livres e agremiados (“freemen and liverymen”) da Companhia de Comércio
de Londres.
A
Companhia de Maçons de Londres se incorporou no segundo ano do reinado do Henrique
IV (1411), que lhe outorgou seu brasão, qual seria usado no 12º ano do reinado
do Eduardo IV (1473).
Brasão
da “Companhia de Maçons de Londres” que foi outorgado por Eduardo IV durante o 12º
ano de seu reinado (1472-3). Seu mote: No Senhor está toda nossa confiança.
Os
Telhadores de Londres, também possuíam brasão, embora não fosse uma companhia
legalmente reconhecida; os Pavimentadores eram uma pequena companhia londrina,
os Revocadores foram incorporados em 1501 enquanto que os Cobridores e os
Ladrilheiros em 1508.
Em
Londres, surgiram disputas entre estas diversas companhias e outras de natureza
similar sobre qual era seu respectivo trabalho, estas questões foram
particularmente severas por volta de 1356, e se podem encontrar muitas
referências às mesmas nos antigos registros. Novamente em 1615 e 1632 surgiram
dificuldades similares.
Sem
sombra de dúvidas, a mesma coisa ocorreu fora de Londres, e a incorporação
serve para regular tais disputas.
No
ano 1677 “A Respeitável Sociedade de Maçons Livres da cidade de Londres” traçou
um mapa da Inglaterra como referência para todos os Francos-Maçons Operativos,
qual mostrava o país dividido em oito distritos:
1.
Londres;
2.
Westminster;
3.
Southern;
4.
Bristol;
5.
Chester;
6.
Ilha de Anglesey;
7. Lancaster;
8.
York;
Tempo
atrás, aparentemente, Durham também foi um distrito independente.
A
Respeitável Sociedade de Maçons Livres, Maçons Brutos, Muradores, Telhadores,
Pavimentadores, Calceteiros e Ladrilheiros, utiliza um brasão, que ainda
permanece no Guild Hall de Durham, e que é realmente a combinação das armas das
diferentes associações distintas.
No
lado esquerdo, há o brasão dos Maçons, ao centro o dos Telhadores, do lado
direito o dos Pavimentadores, abaixo, à esquerda, o dos Revocadores, à direita,
o dos Cobridores e os Ladrilheiros.
Os
brasões em cada caso são similares, se não idênticos, aos das distintas
Companhias de Londres.
A
data do brasão é 1784, mas a Sociedade se incorporou, como já mencionado, em
1638.
Brasão
da “Respeitável Sociedade de Maçons Livres, Maçons Brutos, Muradores, Telhadores,
Pavimentadores, Calceteiros e Ladrilheiros” (1784). Seu mote: Deus é nosso
guia.
Em
Londres, deixou-se de utilizar a palavra Livre no título dos Maçons Livres
(Franco-Maçons) em meados do século XVII, devido possivelmente a não mais haver
distinção quando os membros das demais Companhias de Londres também se tornaram
Livres. Até onde se sabe tanto os Franco-Maçons de Londres como os de Westminster
deixaram a Associação junto com outras corporações por volta de 1655-6. Isto
deve tomar-se como uma mera hipótese, já que é muito difícil ter conhecimento
exato do assunto, embora possivelmente a Divisão de York pudesse ter uma informação
mais precisa sobre o caso.
O
Ex-Venerável Stretton relatou que quando ele tomou sua obrigação como Aprendiz
Aceito na Sociedade Operativa em 1867, Maçons Brutos, Muradores, Telhadores,
Pavimentadores, Revocadores e Ladrilheiros estiveram presentes. Mas quando foi
passado ao grau de Companheiro de Ofício em maio de 1874, somente Franco-Maçons
estiveram presentes, o mesmo quando foi passado ao Terceiro grau de Supercompanheiro.
A
legalização dos sindicatos de 1871 foi à causa da separação dos Maçons Brutos, Muradores,
Telhadores, Revocadores e Ladrilheiros dos Maçons Livres na Divisão de York.
Estas
corporações começaram a separar-se dos Francos-Maçons em 1871, assim que a
legalização dos sindicatos começou, e pelo final de 1883 não havia mais nenhum
na Loja Maçônica N° 91 nem na N° 110 e o Ex-Venerável Stretton informou que não
existiu mais nenhuma corporação filiada à Divisão de York por vários anos.
Certamente
desde 1883 não se incluiu nenhuma das corporações antigamente afiliadas nas
reuniões dos Francos-Maçons, mas eles seguiram reunindo-se por sua conta. E os
Maçons Operativos relataram que alguns dos antigos Rituais continuaram em uso
em alguns dos sindicatos, e embora não houvesse a oportunidade de verificá-lo,
isto é aceito como tal. Os antigos membros operativos da Divisão de York ainda
hoje (1911) reconhecem aos Maçons Brutos, etc., como Associados ou Irmãos
Livres, mas não como Companheiros. Permitem-se trocar com eles a Saudação e a
Palavra do Primeiro Grau, e inclusive podem lhes convidar a determinadas
celebrações, mas não lhes consideram como Companheiros ou Aprendizes Aceitos, e
nem podem lhes ensinar nada do ofício.
Estes
Francos-Maçons Operativos se encontram divididos em duas categorias, e cada uma
delas, por sua vez, em sete graus.
As
duas categorias são a dos Maçons Retos ou do Esquadro (Straight or Square
Masons) e a dos Maçons Rotundos ou do Arco (Round or Arch Masons).
Brasão
da “Respeitável Sociedade de Maçons Livres, Maçons Brutos, Muradores, Telhadores,
Pavimentadores, Calceteiros e Ladrilheiros” emoldurado por um Maçom do Arco e
outro do Esquadro (1731). Seu mote: Deus é nosso guia.
Podia-se
pertencer só a alguma das duas categorias, a do Esquadro ou a do Arco, nunca a
ambas, embora alguém pudesse ser transferido de uma a outra, usualmente do Esquadro
ao Arco, se o Mestre assim o ordenava quando oportuno. Quando alguém era aceito
como Aprendiz selecionava qual das duas classes pretendia seguir.
O
“Esquadro” é o símbolo dos Maçons Retos (daí sua designação como Maçons do
Esquadro) e o Compasso dos Maçons Rotundos ou do Arco (daí, também, sua
designação como Maçons do Compasso). O azul era a cor dos Maçons do Esquadro e
o vermelho o dos Maçons do Arco ou Compasso.
Brasão
utilizado pela “Primeira Grande Loja Maçônica da Inglaterra (dos ‘Modernos’)”,
derivado do escudo da “Companhia de Maçons de Londres”, o selo mais antigo data
de 1732. Seu mote grego diz: No princípio era o Verbo.
Um
grande conjunto de hipóteses muito elaboradas foi escrito nos anos recentes
sobre a origem das cores na Maçonaria Especulativa, a Ordem da Liga (onde se
utilizava a cor azul) e a Ordem do Banho (que utilizava o vermelho) foram
sugeridas como protótipos para a utilização destas cores. Muito tempo e
escritos imaginativos poderiam ser economizados caso se fizesse referência aos
usos e costumes dos Operativos. O brasão original dos Francos-Maçons foi
outorgado por Eduardo IV, mas o escudo, um mescla das corporações, ao qual não se
pode outorgar data alguma, tem duas figuras de apoio. Um dos tais apoios, o do
lado esquerdo, sustenta um “esquadro” e seus indumentos são azuis. O outro, o
do lado direito, sustenta um “compasso” e é um Maçom do Arco de indumento
vermelho.
Cada
uma destas grandes categorias dos Maçons do Esquadro e do Arco se divide a sua
vez em sete graus, com segredos e regras de trabalho especiais assim como
instruções técnicas restritas a cada um dos graus.
1.
Aprendizes
do Ofício dos Francos-Maçons;
2. Companheiros do Ofício dos
Francos-Maçons;
3. Supercompanheiros que
possuíam sua própria Marca;
4. Supercompanheiros que eram
também Construtores no canteiro (de obras) do Templo;
5. Intendentes e Superintendentes
dos Trabalhos ou Menatzchim;
6. Aqueles que tinham aprovado a
Instrução Técnica para a posição de Mestres. Mestres Certificados, conhecidos
como Past Mestres (Passed Masters).
Também conhecidos como Harodim,
particularmente em Durham e no Norte;
7.
Os
Grandes Mestres, quem só podia haver três.
Era
possível para alguém de alta posição social, ao chegar aos dois graus
superiores, VI e VII, ser Mestre Aprovado ou Grande Mestre tanto na Maçonaria
do Esquadro como na Maçonaria do Arco.
Brasão
da “Grande Loja Maçônica em Londres dos Livres e Aceitos Maçons de acordo aos
Antigos Princípios”, 1775. Seu mote: Santidade ao Senhor.
As
Lojas Maçônicas operativas N° 91 e a N° 110, são ambas localizadas em
Leicester, mas pertencentes à Divisão de York, não por sua posição geográfica,
mas sim por sua origem, já que realmente se encontram na parte inglesa que
pertence a Westminster. A Loja Maçônica Nº 91 foi fundada em 1761 em Leicester,
sob a autoridade da Respeitável Sociedade de Maçons Livres da Cidade e da
Divisão de York de Maçons Livres que foi enviada de York para reparar as igrejas
de Leicester em tal ano. E já anteriormente tinha sido em sua maioria,
empregada na catedral de York. Esta Loja Maçônica se manteve em condições
precárias de 1883 a 1909 reunindo-se tão somente uma vez ao ano, mas se
encontra em boas condições de novo, com reuniões mensais regulares, reunindo-se
no meio do dia de cada segunda quinta-feira do mês.
Terceiro
e último selo da “Grande Loja Maçônica em Londres dos Livres e Aceitos Maçons
de acordo aos Antigos Princípios”, 1792.
A
Loja Maçônica especulativa Nº 279 sob a Grande Secretaria da Inglaterra (Grand
Register of England) foi formada em 1790 como uma cisão da Loja Maçônica
operativa N° 91, Charles Horton, o então Primeiro Mestre da Loja Maçônica
operativa sucedeu o Venerável Mestre da Loja Maçônica especulativa N° 562, hoje
N° 279.
A
outra Loja Maçônica operativa é a Loja Maçônica Mount Bardon N° 110, com mais
de 300 membros, e que trabalha nas pedreiras do Bardon Hill. Foi fundada pelo
George Stephenson em 1831, quando as linhas ferroviárias do Leicester e
Swannington foram construídas.
Brasão
utilizado atualmente pela Grande Loja Maçônica Unida da Inglaterra (Grande Loja
Maçônica Especulativa resultado da fusão das Grandes Lojas maçônicas dos “Antigos”
e dos “Modernos” em 25 de novembro de 1813). Seu mote: Ouvir, ver e calar.
O
Ex-Venerável Clement E. Stretton, engenheiro civil de Leicester, é o Past Primeiro Grande Vigilante
Provincial do Leicester, Past Mestre
de Loja Maçônica, Past Zorobabel 279
do Capítulo do Real Arco especulativo e Past
Terceiro Grande Mestre da VII° na Divisão operativa de York. Como já mencionado,
da introdução ao sindicalismo às agremiações operativas perderam sua
supremacia. Em 1867 havia mais de 2.300 Maçons Operativos pertencentes à
Sociedade em Leicestershire, mas em 1910 havia menos de 500.
IV. O PRIMEIRO GRAU DE APRENDIZ
A
idade usual para o ingresso de um Aprendiz é de 14 ou 15 anos, depois do qual,
durante sete anos, mantém-se compromissado a seu Mestre que lhe ensina o
Ofício.
A
admissão como Aprendiz, que se corresponde à Iniciação especulativa, é uma
cerimônia formidável para alguém em tão tenra idade.
Primeiro
se tem que pedir permissão à Sociedade para ser aceito como Aprendiz, e logo,
se a permissão é aprovada, assina-se a seguinte petição que deve fixar-se na
entrada da pedreira ou lugar de trabalho por 14 dias. Em três ocasiões, a
começar ou finalizar os trabalhos da pedreira, o solicitante deve permanecer de
pé junto a sua solicitação para que possa determinar-se se alguém conhece
alguma questão contra ele, a qual caso então ser reportado e investigado.
SOLICITAÇÃO
PARA O SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPAITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS
LIVRES, MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS
Eu, _______________________, sendo o filho de
um Homem Livre, e de _____ anos de idade, humildemente rogo ser feito
Aprendiz do Antigo e Honorável Ofício.
Fui postulado por um parecer favorável prévio
da Fraternidade e pelo desejo de conhecimento para me permitir trabalhar no Negócio.
Eu
ainda prometo e juro que eu vou estar de acordo com todos os usos e costumes
antigos estabelecidos pela Ordem.
Testemunhado por minha mão neste dia
__________ de __________.
Assina
____________________________
Testemunha
_______________________
|
Formulário A
O
fato de que o solicitante deve declarar que é filho de um Homem Livre nos
remete ao caso de que a origem deste procedimento data de quando nem todos os
homens eram livres.
A
condição de servo existiu na Grã-Bretanha durante mais tempo do que geralmente
se reconhece. Nos tempos saxões[9] os
theow e os ceorl eram duas categorias de servidão pura e simplesmente. Em
tempos anglo-normandos foram conhecidos como serfs (servos) e villeins
(vilãos), e restritos a certa região.
Usualmente
a condição de um filho se herda do status materno. Agar e Ismael são
exemplos bíblicos bem conhecidos[10].
O ditado, “é meu bezerro o que nasce de minha vaca”, reflete-o bem, mas devido
às particularidades britânicas não é sempre este o caso e um filho poderia herdar
a condição do pai, sempre que houver nascido de uma união matrimonial
legalmente constituída. Daí que o solicitante declarar que é filho de um homem
livre.
A
condição de servo se extinguiu virtualmente na Inglaterra depois dos
transtornos sociais causados pela pandemia da peste negra em 1348 e a revolta
camponesa ocorrida entre 1377 e 1381, seguida pela Guerra das Duas Rosas
(1399-1485). Como dito, virtualmente se extinguiu da Inglaterra, mas
remanescentes desta condição puderam ser encontrados já avançados na metade do
século XVI, e inclusive durante o reinado de Carlos I.
Na
Escócia os Carvoeiros e os Salineiros não foram livres a até o final do século
XVIII, mas os Estatutos de 1775 e 1789 terminaram definitivamente com esta
condição nas Ilhas Britânicas.
O
candidato tem que ser proposto por um Maçom, por sua vez apoiado por um outro,
que também deverão estar apoiados por outros cinco mais.
Se
aceito terá de se apresentar no dia acordado, o sexto dia da semana, no meio do
dia na pedreira ou lugar de trabalho. A razão mais provável da eleição da
sexta-feira ao meio-dia para a entrevista é porque a agremiação dos Operativos possuía
a tradição da qual no meio do dia de uma sexta-feira Hiram Abiff teria sido
assassinado. Meio-dia, já que foi quando, de acordo aos costumes, saia para
fazer suas orações, e sexta-feira, já que esse era o último dia de trabalho da
semana nos tempos do Rei Salomão.
O
candidato, então, solicita entrada e é admitido após dar a palavra de passe, L\E\D\B\C\[11], que lhe era previamente
comunicada. É admitido dentro do átrio da Loja Maçônica, usualmente um átrio de
porta dupla, e deve realizar o juramento de não revelar nenhum dos
procedimentos de tal evento em caso de ser rechaçado em qualquer fase da
cerimônia. O qual é feito após haver-se lido em voz alta sua solicitação e
depois de que o candidato tenha “beijado o Livro” ao dizer “o prometo e o juro”.
Depois
realiza outro curto juramento de que evitando tanto o medo, por um lado, como a
temeridade, pelo outro, persistirá até o final da cerimônia. Então a porta
externa é fechada e sua chave dada aos Mestres para sua custódia. O candidato
coloca o pagamento de direitos apropriado na travessa inferior de um scamillus[12]
(“footing stone”) e o Tesoureiro o conta, mas não o recolhe até que o candidato
tenha tomado à obrigação.
Levando
a atenção ao plano da Loja Maçônica neste Primeiro Grau se nota que os Três Mestres
se sentam no Ocidente olhando o Sol nascente. O Segundo Vigilante se senta no
Norte para assim poder ver o Sol em seu meridiano, e o Primeiro Guardião se senta
no Oriente para poder olhar o ocaso do Sol. O Altar se encontra no centro da Loja
Maçônica debaixo da letra “G”, e a Pedra Bruta se coloca ao lado oriental do
Altar. Há três Diáconos presentes, um para cada Mestre e um para cada Vigilante.
Plano
de uma Loja Maçônica Operativa do Primeiro grau de Aprendiz.
Dentro
do átrio retiram todos os metais do candidato e lhe vendam os olhos. Então os
três Diáconos saem da Loja Maçônica, retiram-lhe todas suas roupas, e lhe sujam
com barro. O médico então chega e lhe retira a venda dos olhos. Indica-lhe “lhes
Lave e lhes asseie”. O banho se procede e o candidato se lava, no que deve
realizar sete abluções.
O
médico lhe revisa para determinar que esteja são e livre de defeitos, e reporta
“perfeito em todas suas partes”. Então é eleito pelo sinal da “mão limpa”
(clean-hand sign). Vestem-lhe com uma túnica branca, onde o simbolismo da candura
(brancura) que a palavra “candidato” implica é mantido. A palavra candidato
significa literalmente “pessoa cândida”, quer dizer, “aquele que é branco”.
Sinal
da “mão limpa”, do qual não há resquícios no ritual especulativo.
Voltam-lhe
a vendar os olhos mantendo-o vestido com sua túnica branca, um cordão azul lhe
rodeia o pescoço, e suas extremidades são sustentadas por uma pessoa à frente e
outra atrás, enquanto que um segundo cordão azul rodeando sua cintura é suspenso
de cada lado por outras duas pessoas. O cordão do pescoço é mais comprido que o
da cintura, assim que as quatro pessoas formam um diamante com o candidato ao
centro. Este diamante é significativo para a Maçonaria Operativa, e o candidato
com seus quatro expertos formam “cinco pontos”, o qual é outra referência aos
métodos operativos.
O
candidato agora solicita ingresso na Porta Interior:
P: - Como
espera ser admitido?
R: - Com a
ajuda de El Shaddai e por ser livre e de bons costumes.
Uma
espada é pressionada sobre seu peito esquerdo nu até que se tinge com uma gota
de seu sangue. Então é admitido e conduzido ao canto nordeste. Ali é
questionado:
P: - Que
idade tem?
P: - Como é
seu caráter?
P: - Qual é
sua preparação?
P: - Em que
trabalhastes?
P: - Pertencestes
a alguma agremiação ou companhia anteriormente?
P: - Jura nenhuma
vez ter sido expulso ou retirado de algum trabalho, nem o abandonando?
P: - Em caso
de dificuldade e perigo em quem depositam sua confiança?
R: - Em El
Shaddai deposito toda minha confiança.
- Podeis
levantá-lo. Honoráveis no Oriente, no Sul, no Ocidente e no Norte, deveis tomar
nota que [o candidato tal] está por passar frente a vós.
Então
o perguntam se pode ver algo, esperando uma resposta negativa, depois do qual
lhe afrouxam um pouco a venda para que ao avançar possa ver seus pés e dar dois
ou três passos à frente. Logo o solicitam que siga rigorosamente pelo padrão da
Borla Dentada enquanto o guiam mais uma vez ao redor da Loja Maçônica, deve por
pé após pé, e assim sucessivamente, este procedimento se chama “fim do trabalho”,
ou “trabalho em linha”. O candidato deve realizar sua perambulação sem receio e
de uma só vez.
No
canto nordeste deve avançar a sudeste, daí a sudoeste, e logo a noroeste chegando
então até o Segundo Vigilante que obstaculiza seu progresso, e que, para
reportar seu término, levanta sua vara, podendo então o candidato continuar.
Este retorna ao canto nordeste e daí até o Primeiro Vigilante, que obstaculiza
seu progresso de igual forma como anteriormente foi feito, depois do qual, e
para reportar seu término, o obstáculo é removido. Então uma tira de tapete é estendida
para que se possa alcançar a Pedra Bruta, no lado oriental do Altar, sem que o
candidato pise no Pavimento de Mosaico enquanto é conduzido até a Pedra.
Ali,
o candidato se ajoelha com ambos os joelhos nus sobre a Pedra Bruta, com a
palma da mão esquerda debaixo do Volume da Lei Sagrada e a mão direita sobre
este.
É
importante observar que esta posição se conserva ainda como sinal[13]
nas Lojas maçônicas pertencentes a Grande Loja Maçônica Escocesa, assim como
entre os Francos-Maçons Operativos.
Sinal de devida guarda.
O
candidato então toma a obrigação comum, que é a mesma em uso atualmente, e que
foi escrita e assinada por Robert Padgett, Secretário (Clarke) da Respeitável
Sociedade de Maçons Livres da Cidade de Londres em 1686. Uma das cópias de
Padgett se crê foi tomada por Anderson, e está agora em posse da Loja Maçônica
de Antiguidade (Lodge of Antiquity) de Londres.
A
RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE FRANCOS-MAÇONS DA CIDADE DE YORK E DIVISÃO.
JURAMENTO
DE NINRODE.
APRENDIZ
GRAU (1º).
Eu,________________________________________,
faço, na presença de El Shaddai e desta Respeitável Assembleia de Respeitável
Sociedade de Pedreiros Livres, Pedreiros Brutos, Muradores, Telhadores,
Calceteiros, Pavimentadores e Ladrilheiros, a promessa e declaração que eu
não irei a qualquer momento daqui em diante, por qualquer ato ou
circunstância alguma, direta ou indiretamente, escrever, imprimir, recortar,
marcar, publicar, descobrir, revelar, ou tornar conhecido, qualquer parte ou
partes dos segredos de negócio, privilégios ou conselhos da Respeitável
Fraternidade ou Irmandade da Franco-Maçonaria, que tenha conhecido em
qualquer momento, ou em qualquer momento a seguir que venha ter conhecimento.
A
penalidade para quebrar este juramento solene será a perda da minha vida.
Que
eu deva ser marcado com a marca do traidor e morto, segundo o costume antigo
por ter perjurado ___________________________________________ para que a
minha alma não tenha nenhum descanso de noite ou de dia.
Dado
sob a minha mão e selado com meus lábios, este dia de _____________, 1911.
Então
me ajude El Shaddai e os conteúdos sagrados deste livro.
|
O
PRIMEIRO MESTRE MAÇOM: - Tome muito
cuidado para mantê-lo desta forma, pois é ariscado e muito perigoso para um
homem renegar-se sobre o Livro Sagrado.
Um
juramento similar se pode encontrar no Manuscrito [Dumfries] Kilwinning N° 4, por
volta de 1710, sob o cabeçalho das “Perguntas e Respostas”.
“Que castigo
infligirão à aqueles que revelarem o segredo? Deve-se arrancá-los o coração,
enquanto ainda vivem, a cabeça sê-lhes cortada, e o corpo enterrado na borda da
praia, e não no lugar em que se enterram aos cristãos.”
A
forma deste juramento expõe a estrutura arcaica da obrigação ainda em uso no
Ritual especulativo. Era uma crença comum na Idade Média que a alma não podia
descansar a menos que seja enterrada apropriadamente, daí que ainda hoje se demanda
um enterro cerimonial. Apesar de que a esta demanda seja a de um enterro
cerimonial cristão, a ideia é, na realidade, um remanescente pagão irradiado
aos cristãos. Os antigos romanos acreditavam que a alma de um corpo insepulto
não podia cruzar o rio Estige por ao menos cem anos. Muitas de nossos costumes
fúnebres modernos podem ser rastreadas até suas origens pagãs e pré-cristãs.
Não
existe dúvida alguma de que na antiguidade estes tipos de castigos eram
realmente aplicados. De fato, em uma época em que castigos como a mutilação de
uma mão, o enforcamento, o descojuntamento, o esquartejamento, que permanecem
ainda consignados em nossos Livros de Estatutos, não haveria incongruência
alguma com a existência de um juramento como esse. Papworth e Gould registraram
que em 1099 o bispo da província de Utrecht, nos Países Baixos, foi executado
por extrair o Grande Segredo do filho de um Mestre Maçom.
Depois
de tomar a obrigação se pedia ao candidato que o selasse com seus lábios.
Conforme seus lábios se aproximavam do livro, um grande selo de cera se
colocava abaixo deles, sua cabeça era pressionada para baixo para que uma
impressão de seus lábios ficasse gravada na cera, e assim seu juramento ficava
literalmente “selado com seus lábios”.
Quando
o juramento termina o Mestre diz aos Diáconos “Deem lhe luz para que possa
assinar sua obrigação”. Então, uma pluma lhe é colocada na mão para que possa
proceder com a seguinte firma:
Dado
sob minha mão e selado com meus lábios este dia ________ de __________.
|
O
candidato é então ajudado a levantar-se com as palavras:
Levanta-o, o Aprendiz
do Ofício da Franco-Maçonaria!
Ensinam-lhe
então o Aperto, que é o mesmo dos especulativos, só que deve ser “encoberto” e
a Palavra que é Jabal. Então a
leitura do Antigo Dever é realizada, sendo o mesmo Dever que foi promulgado em
8 de dezembro de 1663[14].
O
Ex-Venerável Stretton relatou que existem razões suficientes para acreditar que
o mesmo Dever era utilizado em todas as oito Divisões operativas no reino.
DEVER
PARA O APRENDIZ DO OFÍCIO DE FRANCO-MAÇOM.
1.
Você
deve verdadeiramente honrar El Shaddai, e sua santa Igreja, o Rei, seu Mestre
e Vigilante, você deve não ausentar-se, senão com a licença de um ou ambos do
seu serviço, de dia ou de noite.
2.
Você
não deverá roubar ou furtar, ou ser conivente com o furto ou roubo do valor
de seis pences deles ou outro qualquer.
3.
Não
cometerás adultério ou fornicação na Casa de seu Mestre, com sua esposa,
filha ou empregada.
4.
Não
deverá revelar os segredos do seu Mestre, Vigilante ou os Conselhos que relataram
a vós, ou o que deve ser encoberto, dito ou feito dentro das partes privadas
de sua casa, por eles, ou qualquer um deles, ou por qualquer outro Franco-Maçom.
5.
Você
não manterá qualquer discussão desobediente com seu Mestre, Vigilante, ou
qualquer outro Franco-Maçom.
6.
Você
deve comportar-se reverentemente com todos Francos-Maçons, não usando cartas,
dados ou quaisquer outros jogos ilegais, exceto na época do Natal.
7.
Você
não deve comparecer, ou frequentar quaisquer tabernas ou bares, nem entrar em
nenhum deles, a não ser que esteja com o seu Mestre ou o seu Vigilante, ou a
as ordens de um ou outro, ou com o consentimento de um ou outro.
8.
Você
não deve cometer adultério ou fornicação na casa de alguém onde você ira alimentar-se
ou trabalhar.
9.
Você
não deve se casar, ou juntar-se a qualquer mulher durante a sua aprendizagem.
10. Você não deve furtar bens
de qualquer homem, mas, sobretudo de seu Mestre, ou qualquer um dos seus Companheiros
Maçons, nem contribuir no roubo de seus bens, mas sim, deve impedir o criminoso,
se puder e se você não puder, então, faça a conhecimento do referido Mestre e
seus Companheiros presentes.
11. Todos os Artigos e Deveres
que foram agora proferido a vós, que vós bem e verdadeiramente observe,
execute e mantenha no melhor de seu conhecimento e poder.
Então,
El Shaddai vos ajude, e os verdadeiros e sagrados conteúdos deste Livro.
|
Em
tal Dever se poderá constatar que os Francos-Maçons Operativos requerem de seus
Aprendizes que a castidade das mulheres dos Francos-Maçons seja respeitada.
Também é digno de notar o fato de que a dama da casa onde alojam uma Loja
Maçônica deve ser protegida, mas que dela se toma juramento de dever guardar-se
de levar o pecado a qualquer membro da Ordem.
Ao
candidato logo lhe apresentam suas ferramentas de trabalho que são o Cinzel, o
Maço e a Régua de Borda Reta e lhe investem com seu Avental de Aprendiz.
Depois,
conduzem-lhe de volta à Pedra do canto nordeste, onde o Capataz (Foreman)
pergunta-lhe sobre como viverá até que receba o salário de sua primeira semana.
Se o candidato indicar que é pobre, o Capataz lhe conduz a frente do Mestre no
Trono de Salomão, e reporta que este não conta com meios para viver. O Mestre
então solicita caridade para ele, e uma coleta é feita em seu favor. Este é,
sem dúvida, a origem da arrecadação que os Francos-Maçons especulativos
realizam a favor de um Irmão. Entretanto, se o candidato indicar que conta com
recursos, ou que viverá com seu pai, não se procede com a coleta.
Por
sete anos permanece como Aprendiz, durante os quais leva ao pescoço um cordão
azul atado como sinal de sua Aprendizagem.
Portar
um colar como símbolo de servidão é um costume muito antigo. Nos tempos
anglo-saxões e normandos os serventes e os servos da gleba acostumavam vestir
colares de metal firmemente cravados ao redor de seus pescoços.
Ao
findar dos sete anos de Aprendizagem se devia solicitar ser liberado deste vínculo
de servidão. A seguinte solicitação era pendurada à entrada da Loja Maçônica,
pedreira ou lugar de trabalho.
SOLICITAÇÃO
AO SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES,
MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu, _______________________, tendo servido bem
e verdadeiramente como Aprendiz Aceito do Ofício de Maçom Livre por sete anos
e tendo completado vinte e um anos de idade, rogo humildemente ser Liberado
do Laço de servidão para me permitir ser Passado ao Honorável Grau de
Companheiro do Ofício de Maçom Livre.
Prometo e juro, além disso, que se for
admitido ao Companheirismo, para sempre conformaria a todos os antigos
deveres, Usos e Costumes da Fraternidade como os Companheiros têm feito em
todas as eras.
Assina
_________________________.
Secretário
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter _______________________.
Assina ____________________________.
Superintendente dos
Trabalhos.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do
VII°
Inscrito.
|
Formulário B
O
solicitante deve amparar então à mesma Pedra onde sete anos atrás contraiu o
Laço de servidão. O Laço é quebrado e o cordão azul é removido de seu pescoço.
Levanta-te
Irmão Livre, agora é superior a um Aprendiz, mas inferior a um Companheiro do
Ofício de Franco-Maçom!
São-lhe
transmitidos então, o Aperto de Mãos e a Palavra de Passe que conduzem do 1º ao
2°, sendo, ambos, iguais aos especulativos, entretanto, o Aperto deve
realizar-se “encoberto”. O candidato recebe então a despedida formal dos
Aprendizes.
V. O SEGUNDO GRAU DE COMPANHEIRO DO OFÍCIO
Antes
que o candidato possa ser aceito como possível de ser passado ao Segundo grau
deverá preparar uma pedra cúbica como amostra de seu trabalho. Uma pedra cúbica
é a pedra tal qual é preparada no Primeiro grau de Aprendiz pelos obreiros mais
especializados. Deve ser esculpida de 1/16 a 1/8 de
polegada por todas as partes, e então ser passada pelo Inspetor de Materiais
antes que o Aprendiz possa ser passado ao seguinte grau de Companheiro do
Ofício.
Quando
o candidato vai a uma Loja Maçônica de Segundo grau para ser feito Companheiro
do Ofício deve levar esta amostra de seu trabalho com ele, devendo jurar que é
resultado de seu próprio trabalho:
- Nenhum
outro homem utilizou ferramenta alguma nela.
No
momento previamente acordado, novamente ao meio-dia em ponto de uma
sexta-feira, o candidato deve ir à porta do pátio que rodeia a Loja Maçônica de
Segundo Grau e bater a porta. Depois de dar o Aperto de Mãos e a Palavra de
Passe correspondente, será admitido. O Mestre dará notícia disso dizendo:
- Companheiros
no Oriente, no Sul, no Ocidente e no Norte prestai atenção, pois o Irmão [tal]
está por passar frente a vós para mostrar que é um candidato adequadamente
preparado para ser feito Companheiro.
Ao
candidato lhe faz percorrer a Viagem do Candidato por duas ocasiões. Nesta
ocasião seu pé direito é colocado transversalmente ao eixo da Loja Maçônica,
enquanto que seu pé esquerdo fica paralelo ao mesmo. Do qual, dizem os Operativos,
que é um trabalho com alinhamento de frente e estendido (“header and stretcher”),
ou posicionado de “um e um” (“one and one”). Depois do qual é conduzido ao
Altar, onde, finca sobre uma Pedra Cúbica seus dois joelhos nus e toma a
obrigação.
Alinhamentos
de tijolos frontais (“header”) e estendidos (“stretcher”) utilizados na
construção.
RESPEITÁVEL
SOCIEDADE DE PEDREIROS LIVRES, PEDREIROS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES,
CALCETEIROS, PAVIMENTADORES E LADRILHEIROS
(DIVISÃO
YORK.)
JURAMENTO
DE NINRODE.
COMPANHEIRO
DO OFÍCIO (2º).
Eu,________________________________________,
faço, na presença de El Shaddai e desta Respeitável Assembleia de Respeitável
Sociedade de Pedreiros Livres, Pedreiros Brutos, Muradores, Telhadores,
Calceteiros, Pavimentadores e Ladrilheiros, a promessa e declaração, que não irei
a momento algum daqui em diante por qualquer ato ou circunstância que seja,
direta ou indiretamente, publicar, descobrir, revelar ou fazer qualquer um
dos segredos conhecidos, privacidades, ou Conselhos dos Companheiros do
Ofício de Franco-Maçom, que tenha conhecido em qualquer momento, ou em
qualquer momento a seguir que venha ter conhecimento.
Que eu não irei contribuir ou permitir que
qualquer operário venha a ser empregado no trabalho próprio do Maçom. Que eu
não vou trabalhar com aqueles que não são francos, e eu não ensinarei operários
e maçons não aceitos, como eu ensinaria a Aprendizes ou Companheiros do
Ofício do Franco-Maçom.
Eu ainda prometo e declaro que irei preservar
rigorosamente a honra de todos os Francos-Maçons de qualquer grau. Que eu não
irei cometer adultério ou fornicação com a esposa, filha ou empregada de
qualquer Franco-Maçon.
A penalidade em quebrar este juramento solene
será a perda da minha vida.
Que eu deva ser marcado com a marca do Traidor
e morto, segundo o costume antigo__________________________________________________________.
Dado
sob a minha mão e selado com meus lábios duas vezes, este __________ dia de
______________, 1911.
Então
me ajude El Shaddai e os conteúdos sagrados deste livro.
|
Depois
do juramento lhe diz:
- Levanta-te
Companheiro Aceito do Ofício da Franco-Maçonaria.
O
sinal de Companheiro lhe é dado, o qual é o mesmo que utilizam os
especulativos, exceto que no segundo sinal a mão é mantida em posição
horizontal. A palavra dada é Bonai,
que serve para autenticar seu Companheirismo, e significa construtor. A tradicional
História é agora proferida pelo Primeiro Mestre Maçom.
Sinal
operativo do Segundo grau, onde a diferente do sinal especulativo, a mão é
mantida em posição horizontal.
“A
HISTÓRIA TRADICIONAL.”
“Bom
Companheiro do Ofício de Franco-Maçom, você está sendo passado para Companheiro
desta fraternidade Antiga e Respeitável. É o nosso propósito de lhe dizer
como e de que maneira este ofício digno da Maçonaria começou, e foi depois foi
mantido por reis e príncipes dignos, e por muitos outros homens de fé.
Antes
do dilúvio de Noé, havia um homem que se chamava Lameque, e então Lameque
teve duas esposas, a chamada Ada e outra Zilá. Por sua primeira esposa Ada
ele teve dois filhos, um chamado Jabal e o outro Jubal. E pela outra esposa
Zilá ele teve um filho Tubal-Caim e uma filha Naama, em esses quatro filhos
fundaram o princípio de todos os ofícios do mundo. Fundou o filho mais velho
Jabal, o ofício da geometria, ele tinha ovelhas e cordeiros nos campos, e foi
o primeiro pedreiro que operou casas e muros de pedra. E seu irmão Jubal
fundou o ofício da música, o canto da boca, harpa, órgão e trompete. E o
terceiro foi Tubal-Caim que fundou o ofício da forjaria de trabalhar em ouro,
prata, cobre, ferro e aço, e todo tipo de forja. E a filha Naama fundou o
ofício da tecelagem. Estas quatro crianças sabiam que Deus bem faria vingança
pelo pecado, seja por fogo ou água, por isso o escreveram as ciências que
haviam fundado em dois pilares de pedra para que eles pudessem ser
encontrados depois de qualquer incêndio ou inundação. O primeiro pilar foi
feito de mármore para que ele não queimasse com o fogo, e o outro pilar foi
feito de uma pedra chamada laternes,
para que ele não afundasse em qualquer água. Nossa intenção é na realidade
dizer de que maneira nas pedras originais foram encontradas, as quais estavam
escritas às primeiras ciências.
Após
a destruição do mundo pelo dilúvio de Noé, o grande Hermarives, que era filho
de Cube e posteriormente foi chamado de Hermes, o pai da sabedoria, encontrou
uma das sete ciências escritas sobre elas, e ele as ensinava a outros homens.
A primeira das sete ciências é:
GRAMÁTICA,
e ela ensina o homem a verdadeiramente soletrar e verdadeiramente escrever. A
segunda é:
RETÓRICA,
e ela ensina o homem a falar justo e em termos sutis. A terceira é:
LOGICÁ,
e ensina o homem a conhecer ou discernir ou a verdade da mentira. A quarta é:
ARITMÉTICA,
que ensina o homem a reconhecer e contar todos os tipos de números. A quinta
é:
GEOMETRIA,
e ela ensina o homem a mensurar e medir a terra e todas as outras coisas, nesta
que se funda a ciência a Maçonaria e a Arquitetura. A sexta é chamada de:
MÚSICA,
e que ensina o homem a arte do canto e da voz da língua, órgão, harpa e
trompete. E a sétima ciência é chamada de:
ASTRONOMIA,
e ela ensina o homem a conhecer o curso do sol, da lua e das estrelas do céu.
Estas
são as sete ciências liberais, das quais todas foram fundadas por uma, que é Geometria,
pois a geometria ensina ao homem a medida, a ponderação e o peso de todas as
coisas na terra. Pois, não há homem que opere em qualquer ofício, mas que não
faça uso de alguma medida, e todo homem que compra ou vende, compra ou vende
por alguma medida ou peso, e tudo isso é Geometria. E os comerciantes,
artesãos, e todas as outras ciências, e especialmente os lavradores e os
cultivadores de todos os tipos de grãos e sementes, vinhas e plantas, e os semeadores
de todo o tipo de frutas. Não é possível mensurar e medir sem geometria, por
isso é dito que a ciência da Geometria é a mais digna, como todas as outras
são fundadas sobre ela.
Na
construção da Torre de Babel foi feito pela primeira vez maçons em larga
escala, quando o grande rei de Babilônia era Nimrod, que chamava a si mesmo de
Mestre Maçom. Ele bem amava o ofício e fez homens Francos Maçons e Maçons
Francos em seu Reino. E quando a cidade de Nínive e outras cidades do Oriente
estavam para ser construídas, Nimrod, o rei da Babilônia, enviou para lá
sessenta Lojas de seus Franco-Maçons para Ashur o Rei de Nínive, seu primo, e
quando os enviou ele deu-lhes um estatuto e um dever segundo sua maneira.”.
|
O
Segundo Mestre lhe comunica o Antigo Dever.
DEVERES
DE NIMROD 2 °.
Que
os Francos-Maçons devam ser fieis a El Shaddai, seu Rei, seu Senhor, e a seus
Mestres.
Que
eles devam servir verdadeiramente seus mestres para seu pagamento, que eles
tenham respeito por seus mestres e tudo o que pertença a eles.
Que
eles devam ordenar os homens mais sagazes e sábios para serem os mestres da
obra, e nem por o amor, riquezas ou favores favor aquele que possua pouca
sagacidade para ser mestre de qualquer trabalho em que os Senhores acabem mal
servidos e a ciência difamada.
Que
eles devam ser verazes uns com os outros, e que devam de fato conviver em união.
Que
eles se reúnam a cada ano, para verem como eles poderão melhor servir ao Rei
e aos Mestres para seu melhor benefício e por sua própria crença.
Que
eles devam corrigir dentre si os que tiverem transgredido contra o ofício,
pois a ciência não merece ser desonrada.
A
todos esses deveres, ele fez invocar um juramento solene que os homens usavam
na época, e ele ordenou para eles uma remuneração razoável pela qual pudessem
viver honestamente.
Muito
tempo depois, quando os filhos de Israel tinham vindo para a terra de
Beerhest, que se chama agora entre nós a terra de Jerusalém, o rei Davi
começou a preparar o terreno e a fundação para o Templo de Jerusalém. E tal Rei
Davi amava bem aos Francos-Maçons e os valorizava muito, e deu-lhes bons
pagamentos e deveres quase como eles são nos dias de hoje.
E
depois da morte do Rei Davi, Salomão, como filho do Rei Davi, atuou fora do Templo
que seu pai havia começado e convocou Francos-Maçons de diversos países e
terras, os reunindo em assembleia, então ele possuía oitenta mil operários, eles
eram trabalhadores em pedra e todos eram Francos-Maçons, e ele escolheu três mil
e trezentos que foram ordenados a serem Mestres e Governadores de suas obras.
E
este mesmo Salomão confirmou ambos, os deveres e costumes que seu pai havia
dado aos Maçons, e assim foi que o digno Ofício foi confirmado no país de
Jerusalém e em muitos outros reinos.
DEVER
ANTIGO.
PARA
O COMPANHEIRO DO OFÍCIO DE FRANCO-MAÇOM.
1. Eu estou a adverti-lo a
honrar El Shaddai em sua santa Igreja, que você não pratique a Heresia, o Cisma
e o Erro em seus Acordos ou desacredite os Ensinamentos dos Homens.
2. Para ser fiel ao nosso
Soberano Senhor o Rei, seus herdeiros e sucessores legais, não cometendo
nenhuma traição, conivência de traição, ou crime e se algum homem cometê-los e
você souber desta transgressão, você deverá imediatamente notificar este fato
a Sua Majestade, seu Conselho Privado ou qualquer outra pessoa que tenha
Comissão para inquirir dos mesmos.
3. Você deve ser fiel aos seus
Companheiros e Irmãos de Ciência da Maçonaria, e fazer-lhes o que seria feito
a você.
4. Você deve manter em segredo
as partes abstrusas e complexas da Ciência, não as divulgando a qualquer um,
as tendo apenas para estudo e uso próprio.
5. Você deve fazer o seu
trabalho verdadeira e fielmente, procurando o benefício e vantagem daquele
que é o patrono do referido trabalho.
6. Você deve por como maçons
seus companheiros e irmãos, sem admitir patifes, ou outros de linguagem ruim.
7. Você deve não tomar mulher
do teu próximo vilmente, nem a sua filha, nem a sua empregada ou sua serva
para usos ímpios.
8. Você deve não ter relações
carnais com qualquer Mulher que pertença a Casa onde você faz a Mesa.
9. Você deve fielmente pagar
por sua comida e bebida onde você faz sua mesa.
10. Você não deve
comprometer-se a Obra de Alguém, sabendo-se incapaz ou inapto de executar e
realizar a mesma, o Descrédito ou a Aspersão não pode ser imputada à Ciência,
ou Senhor ou o patrono do referido trabalho, sendo prejudicado de qualquer
maneira.
11. Você deve não tomar
qualquer trabalho em cargas excessivas ou irracionais, para enganar o seu patrono,
mas assim, servi-lo verdadeira e fielmente em seu próprio benefício.
12. Você deve sim, tomar o seu
trabalho, para que assim você possa viver honestamente e pagar aos seus Companheiros
os salários como a Ciência demanda.
13. Você não deve suplantar
qualquer um dos seus Companheiros de Trabalho,
(ou seja) se ele ou eles tiverem tomado qualquer trabalho sobre si, ou tendo
eles se tornado Mestre ou Mestres de qualquer Senhor ou Patrono dos trabalhos,
você não devem coloca-los no referido trabalho caso você perceba que ele ou eles
sejam incapazes de concluir o mesmo.
14. Você não deve tomar
qualquer Aprendiz para atendê-lo na referida Ciência da Maçonaria, abaixo do Período
De Sete Anos, nem ninguém que não tenha boa descendência e honesta filiação, e
que não tenha nenhum escândalo, pois não deve ser imputada à dita Ciência da
Maçonaria.
15. Você não deve tomar para
fazer qualquer um Maçom sem o Crivo ou Consentimento de outros seis, ou pelo
menos cinco de seus Companheiros, e como tal nascido livre, cujos pais estejam
em bom Nome e Fama e sem deficiências, com físico perfeito para praticar a Ciência.
16. Você não deve pagar qualquer
de seus Companheiros mais do que ele ou eles mereçam, que você não se deixe
enganar por trabalho malfeito ou fraudulento sendo Patrono seja muito
injustiçado.
17. Você não deve difamar qualquer
um dos seus Companheiros em suas costas para prejudicar seu Estado Temporal
ou bom Nome.
18. Você não deve sem uma Causa
urgente, responder a seu Companheiro obstinada ou impiamente, mas sim, como
um Irmão amoroso na dita Ciência.
19. Você deve reverenciar plenamente
seus Companheiros, que o Laço de Amor e Caridade mútua possa continuar firme
e forte entre vocês.
20. Você não (exceto em época
de Natal) deva recorrer a quaisquer jogos ilegais, como dados, carta, ou algo
semelhante.
21. Você não deverá frequente
qualquer Bordeis, ou ser Conivente com qualquer um dos seus Companheiros ou
outros, isto seria um grande escândalo para a Ciência.
22. Você deve não sairá para
beber a Noite, ou se a Ocasião acontecer de você dever ir, você não deve
passar das Oito em Ponto, tendo alguns de seus Companheiros, ou um pelo
menos, levo-os como Testemunha do Lugar honesto que estavam e seu bom
comportamento para evitar escândalos.
23. Você deve vir a Assembleia
Anual, se você sabe onde é mantida, sendo na distância de Dez milhas do Local
de sua Residência, sujeitando-se à Censura de seus Companheiros, onde você
tem que__________________________ dar satisfação, ou então para defender por Ordem
das Leis do Rei.
24. Você deve não fazer
qualquer Molde, Esquadro ou Régua de moldar Pedra, além dos que são
permitidas pela Fraternidade.
25. Você deve quando por Forasteiros
no Trabalho, emprega-los ao menos por uma quinzena, pagar-lhes os seus
salários devidos caso queira Trabalhar com eles, e então provê-lo com recursos
suficientes para custear sua ida para a próxima Loja.
26. Você deve comparecer fielmente
ao seu trabalho e de fato conclui-lo, seja por tarefa ou jornada de trabalho,
se você tiver o Pagamento e Salários de acordo com o Compromisso feito com o
Mestre ou o Patrono do mesmo.
Todos os Artigos
e Deveres que eu tenho agora proferido a vós, vós bem e verdadeiramente
observe, execute e mantenha no melhor de seu conhecimento e poder.
Então, El
Shaddai vos ajude e os verdadeiros e sagrados conteúdos deste Livro.
|
Então,
o Terceiro Mestre, dirigindo-se ao candidato lhe diz:
- A História
Tradicional e os Antigos Deveres que tão habilmente lhe foram entregues são a
pedra institucional, o começo, da Respeitável Sociedade de Franco-Maçons, em todas
as partes do mundo, e em todas as épocas.
O
novo “Companheiro do Ofício da Franco-Maçonaria “ é investido com o avental de
Companheiro e lhe são apresentadas suas novas ferramentas de trabalho, que são
o Prumo, o Nível, o Esquadro, outra Régua de Borda Reta, a Régua de 2 pés (24
polegadas ou 60.96 cm), e o Esquadro Perfeito (Perfect Ashlar Square) que é um esquadro
(quadrado) de madeira com os cantos sobrepostos a modo do esquadro Oxford, cuja
medida interior é a de um Côvado Real egípcio, quer dizer, 21 7/8 polegadas ou
55.56 cm.
O
Esquadro Perfeito é um esquadro de madeira cujos lados do quadrado interior têm
a distância exata do Côvado Real egípcio, 21 7/8 polegadas ou 55.56 cm.
O
candidato é agora tanto um Homem Livre como um Maçom Livre (Franco-Maçom), o
que em tempos antigos significava que o homem era dono de si mesmo, e assim lhe
reconheciam, primeiro, na cidade ou província na qual tinha realizado sua
Aprendizagem.
Quando
o Companheiro começava seu ofício na Loja Maçônica de Segundo Grau, lhe pediam para
iniciar, no canto nordeste junto com os novos Companheiros, a trabalhar em
polir e enquadrar à perfeição a pedra que havia trazido consigo como amostra de
seu trabalho.
Seu
trabalho era então enviado a inspeção e supervisão. Se este era satisfatório,
lhe davam a palavra Giblim[15],
que significa “entalhador de pedras cúbicas perfeitas” ou Maçom Perito.
Poderá
ver-se que tanto esta palavra Giblim quanto
a palavra Bonai, que é a palavra dada
quando se admite ao Segundo Grau, eram conhecidas por Anderson, e são
mencionadas na página 12 do Livro das
Constituições de 1738.
Junto
com esta palavra adicional, ou superior, Giblim,
lhe dão também um sinal adicional, do qual não há registro no ritual
especulativo.
Tal
sinal é feito com o braço e a mão esquerdos, com o polegar estendido, em
posição perpendicular apontando para cima, e o braço e mão direitos, igualmente
com o polegar estendido na mesma direção, em posição horizontal. Assim se
representam três de suas novas ferramentas: o Esquadro pelo ângulo de 90°
formado por seus dois braços, o braço esquerdo levantado formando o Prumo, e o
direito estendido formando o Nível.
Sinal
de Passe do Segundo Grau de Companheiro ao Terceiro grau do Supercompanheiro,
que outorgavam os Operativos junto com a palavra Giblim.
Uma
vez que ficava polida a peça a ser examinada e que esta era passada pelo
Inspetor de Materiais, se já se cumpria o prazo de um ano de permanência no
grau de Companheiro, tornava-se um candidato para ser avançado ao Terceiro Grau
do Supercompanheiro. O seguinte formulário devia ser preenchido e posto à entrada
da Loja Maçônica ou pedreira:
SOLICITAÇÃO
AO SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES,
MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu,
_______________________, tendo servido bem e verdadeiramente como Companheiro
do Ofício de Maçom Livre por um ano e sendo da idade de vinte e dois anos,
rogo humildemente ser avançado ao Honorável Grau de Supercompanheiro do
Ofício de Franco-Maçom.
Eu
prometo e declaro, além disso, que se for avançado ao Terceiro Grau do
Companheirismo, para sempre conformaria a todos os antigos deveres, Usos e
Costumes da Fraternidade como fizeram os Supercompanheiros em todas as eras.
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter _______________________.
Assina ____________________________.
Superintendente dos Trabalhos.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do VII°
Inscrito.
Assina ____________________________.
Secretário
|
Formulário C
VI. OS SUPERCOMPANHEIROS DO TERCEIRO E QUARTO GRAUS
A
palavra Giblim, e o sinal descrito na
seção anterior, com o braço esquerdo levantado de forma perpendicular ao eixo
do corpo e o direito em posição horizontal, são a Palavra e Sinal de Passe que
conduzem do Segundo ao Terceiro Grau. Enquanto, que a Pedra perfeitamente
lavrada que o candidato fabrica por si mesmo, é a prova de seu avanço ao
Terceiro Grau do Supercompanheiro.
O
Terceiro Grau operativo e a primeira parte do moderno grau especulativo da
Marca se correspondem com o antigo grau especulativo de Homem da Marca (Mark
Man) e são muito similares ao grau especulativo de Maçom da Marca (Mark Mason),
os mesmos se enquadrariam muito bem nos trabalhos operativos.
A
Palavra e o Sinal dos Supercompanheiros operativos são tais quais os do grau
especulativo da Marca.
O
ritual especulativo do Grau da Marca já existe impresso em sua totalidade, por
isso não seria necessário repeti-lo por completo, entretanto deve-se ressaltar
que ao Supercompanheiro lhe confere a marca que escolheu e o demandam produzir “um
trabalho melhor e mais esquadrado” (“fare work and square”).
Neste
grau o candidato completa três viagens ao redor da Loja Maçônica, e então toma
sua obrigação sobre a Pedra Polida com ambos os joelhos nus.
APLICAÇÃO
AO SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES,
MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu, ______________________________, tendo
servido bem e verdadeiramente como um Supercompanheiro do Ofício de
Franco-Maçom por um ano, e sendo da idade de 23 anos, rogo humildemente ser
avançado ao Honorável Grau de Construtor Supercompanheiro do Ofício de Franco-Maçom.
Eu prometo e declaro, além disso, que se for
avançado para o Quarto Grau do Companheirismo, para sempre estaria de acordo
com todos os antigos deveres, usos e costumes da Fraternidade, como Construtores
Supercompanheiros fizeram em todas as eras.
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter _______________________.
Assina ____________________________.
Superintendente dos Trabalhos.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do VII°
Inscrito.
Assina ____________________________.
Secretário
|
Formulário D
O
seguinte grau dos Francos-Maçons Operativos é o de Construtor, ainda um Supercompanheiro,
mas, qualificado e capacitado para erguer e pôr em posição no canteiro de obras
as pedras preparadas nas Lojas Maçônicas de Primeiro, Segundo e Terceiro Graus,
e tão somente marcadas na terceira das Lojas Maçônicas da pedreira. Este é o
Quarto grau operativo.
É
muito similar à segunda parte do moderno grau especulativo do Maçom da Marca,
que se corresponde com o antigo grau especulativo do Mestre da Marca, e que
novamente não faz falta descrever por completo, pois existe impresso em sua
totalidade.
Na
categoria da Maçonaria do Esquadro este grau trata da Principal Pedra (de
Esquina) Angular (Chief Corner Stone) remanente, enquanto que na categoria da
Maçonaria do Arco trata da Pedra Chave do Arco que está perdida. O tema é o
mesmo em ambos os casos, “A pedra que os construtores rechaçaram se converteu no
Vértice do Ângulo”.
Entre
os Operativos são os displicentes Homens da Marca que não quiseram marcar como
bem feito o trabalho por excesso de cuidado, e o desprezaram projetando-o com 30
côvados, qual era o usual nos tempos da construção do Templo do Rei Salomão.
Neste
Quarto Grau o candidato toma sua obrigação sobre uma pedra perfeitamente
polida, com seus dois joelhos nus, como antes e é conduzido ao redor da Loja
Maçônica em quatro ocasiões.
A
Palavra e o Sinal são quão mesmos no grau especulativo da Marca.
Todos
os Francos-Maçons Operativos possuem estes dois graus da Marca, entretanto,
hoje em dia, a Marca se viu alterada por aqueles que formularam o moderno
ritual especulativo em 1717.
A
maioria dos Operativos não ia além deste Quarto grau, pois a obtenção do Quinto
Grau do Superintendente requeria um alto nível de especialização técnica.
APLICAÇÃO
AO SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES,
MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu, ______________________________, tendo
servido bem e verdadeiramente como um Construtor Supercompanheiro Ofício de Franco-Maçom
por um ano, e tendo a idade de 24 anos, rogo humildemente ser elevado ao Honorável
Grau de Intendente do Ofício de Franco-Maçom.
Prometo e declaro, além disso, que se for elevado
para o Quinto Grau do Companheirismo para sempre estar de acordo a todos os antigos
deveres, usos e costumes da Fraternidade, como os Menatzchim fizeram em todas
as eras.
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter _______________________.
Assina ____________________________.
Superintendente dos Trabalhos.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do VII°
Inscrito.
Assina ____________________________.
Secretário
|
Formulário E
VII. OS SUPERINTENDENTES DO QUINTO E SEXTO GRAUS
Não
existe um grau dentro da maçonaria especulativo que se corresponda exatamente
com este Quinto grau operativo de Superintendente. Embora tal termo seja
utilizado no grau especulativo do Arco Real para os Grandes Regentes
Provinciais, e para os Oficiais de uma Grande Loja Maçônica dentre a maçonaria
simbólica especulativa, ou seja, aquela que se ocupa dos três primeiros graus.
A
cerimônia é, entretanto, algo similar ao ritual de instalação e investidura dos
oficiais em uma Cerimônia de Instalação especulativa. Cada oficial é examinado
quanto a seu conhecimento técnico, toma o Juramento de Oficial e é instalado em
sua cadeira. A Palavra deste grau é Menatzchim.
APLICAÇÃO
AO SUPERINTENDENTE DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES,
MAÇONS BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu,
______________________________, tendo servido bem e verdadeiramente como um Superintendente
do Ofício de Franco-Maçom por um ano, e tendo a idade de 25 anos, rogo humildemente
ser exaltado ao Honorável Grau de Past
Mestre do Ofício de Franco-Maçom.
Eu
prometo e declaro, além disso, que se for exaltado ao Sexto Grau de
Companheirismo para sempre estar de acordo com todos os antigos deveres, usos
e costumes da Fraternidade, como os Harodim fizeram em todas as eras.
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter _______________________.
Assina ____________________________.
Superintendente dos Trabalhos.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do VII°
Inscrito.
Assina ____________________________.
Secretário
|
Formulário F
O
seguinte grau operativo é o Sexto de Mestre Instalado, que requer um maior
conhecimento técnico que o anterior. Aqueles que o recebem, e em cada Loja
Maçônica não deve haver mais de 15, devem ser capazes de dirigir na plenitude a
obra de construção e ter um completo domínio de todas as matérias da profissão,
por isso se requer um maior conhecimento técnico que o de um construtor médio.
Deve
ser capaz de traçar esquemas, desenhar planos, e ter completo domínio de sua
equipe de obreiros. Um Primeiro Past Mestre
(Senior Passed Master) é na realidade um Mestre Delegado (Deputy Master) e seu
título maçônico é Adoniram. Ele é
virtualmente um Intendente Geral e um Intendente de Obras, e é responsável pelo
trabalho ante aos Três Mestres do Sétimo Grau. Sua Palavra do grau é Harod, cujo plural é Harodim. O Maçom do Quinto Grau realiza
cinco viagens ao redor da Loja Maçônica, e o Maçom do Sexto Grau Seis.
APLICAÇÃO
AOS MESTRES DOS TRABALHOS DA RESPEITÁVEL SOCIEDADE DE MAÇONS LIVRES, MAÇONS
BRUTOS, MURADORES, TELHADORES, PAVIMENTADORES, CALCETEIROS E LADRILHEIROS.
Eu, ______________________________, tendo
servido bem e verdadeiramente como um Past
Mestre, e Delegado Mestre Maçom por cinco anos, e tendo a idade de 35
anos, rogo humildemente para ser instalado no honorável e exaltado grau de Mestre
Maçom do Ofício de Franco-Maçom.
Prometo e declaro, além disso, que se for uma
vez instalado no Sétimo Grau do Companheirismo para sempre estar de acordo
com todos os antigos deveres, usos e costumes da Fraternidade, como Mestres
Maçons Instalados fizeram em todas as eras.
Atestado
por minhas mãos este dia ________ de ________.
Assina _______________________________.
Testemunha
_______________________.
Certificação
de caráter e Perícia _______________________.
Assina ____________________________.
Terceiro Mestre Maçom VIIº.
Aprovado.
Assina ____________________________.
Grande Mestre Maçom do VII°
Inscrito.
Assina ____________________________.
Secretário
|
Formulário G
VIII. OS TRÊS MESTRES DO SÉTIMO GRAU
O
último e final grau é o Sétimo que ostentam os Grandes Mestres, que são apenas três.
Este grau se corresponde em alguma medida com os graus especulativos de Grande Mestre,
Pró Grande Mestre, e Deputado Grande Mestre, ou possivelmente mais precisamente
com os três Mestres principais no grau especulativo do Arco Real. Eles
representam o Rei Salomão do Israel, ao Rei Hiram de Tiro e ao Hiram Abiff.
O
cargo dos Grandes Primeiro e Segundo Mestres é vitalício, ou se mantém até a aposentadoria.
Quando um Mestre é admitido neste grau dá sete viagens ao redor da Loja
Maçônica. O Terceiro Mestre é ritualmente assassinado a cada 2 de outubro, e um
novo é eleito cada ano.
Os
segredos dos Três Grandes Mestres são o Triângulo de proporções 3, 4 e 5, o
desenho das construções retangulares sob o Sistema dos Cinco Pontos, a
Suástica, a Estrela Polar, e o método de Adoração do Altíssimo, a quem se refere
sob seu nome hebreu El Shaddai. Este nome El
Shaddai é a Palavra sagrada do Sétimo Grau.
OS
MESTRES PRESENTES ABRIR A VIIº LOJA, BARDON HILL, JUNHO15, 1911. DA ESQUERDA
PARA A DIRETA ELES SÃO: IIR\ BAILEY, 3º MESTRE, R. B.
GRANT, W. GRANT, 1º MESTRE E CLEMENT E. STRETTON.
Estes
segredos dos Mestres operativos serão esmiuçados posteriormente, sendo essas descrições
avalizadas por sua autoridade. Um dos fatos mais importantes a respeito dos
segredos dos Francos-Maçons do Sétimo Grau operativo é a instrução que a
Estrela Polar[16]
é o assento real do poder do Altíssimo, e que a Suástica é o símbolo e emblema
da Estrela Polar. Esta é uma instrução esotérica que há muito tempo se
extinguiu na Europa, e que agora só pode encontrar-se na Índia, China, Japão e
o vale do Eufrates. Assim é inútil pretender que exista um grupo de pessoas com
estes conhecimentos que tenha participado da moderna sociedade de franco-maçons
que teria sido fundada em 1717 ou meados.
IX. CERIMÔNIAS ANUAIS: O SANEDRÍN
Os
Operativos realizam uma cerimônia anual na qual cada maçom está comprometido a
atender se lhe for possível, tal como pode ler-se no artigo 23 do Dever para os
Companheiros do Ofício da Franco-Maçonaria, ao qual já foi feito referência.
Tradicionalmente
esta assembleia se apoia naquela celebrada pelo Rei Salomão e da qual encontra-se
registro em 1 Reis, 8:1-2.
Além
desta grande assembleia anual que a Divisão de York celebrava usualmente em 30
de outubro, havia outras três grandes cerimônias anuais.
1.
A
Comemoração da Fundação do Templo do Rei Salomão, em abril;
2. A Comemoração da Morte do
Hiram Abiff, em 2 de outubro;
3.
A
Comemoração da Dedicação do Templo, em 30 de outubro.
A
tradição é que os Francos-Maçons celebraram estas comemorações anuais da
construção do Templo do Rei Salomão, e que estas cerimônias estão apoiadas em
suas próprias tradições, das quais só ficaram preservadas na narração bíblica.
Entretanto qualquer participante poderá observar que há muito nelas que não se
descreve no relato bíblico embora esteja em harmonia com ele.
Em
cada uma destas grandes ocasiões o Sanedrín é aberto antes que a cerimônia
comece.
Levando
a atenção ao plano de uma Loja Maçônica de Sexto e Sétimo Graus, é possível notar
que os Tronos dos Três Mestres se encontram no Ocidente, em estrados elevados
por sete degraus, onde cada degrau representa uma das sete Ciências
Tradicionais: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e
Astronomia.
Os
Tronos dos Três Mestres se encontram no Ocidente, em estrados elevados por sete
degraus, onde cada degrau representa uma das sete Ciências Tradicionais:
Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.
Adoniram,
o Mestre Delegado se coloca bem no meio do salão da Loja Maçônica de Sexto
grau. Existem, além disso, três pilares hexagonais no salão de Loja Maçônica.
Um em frente ao Rei Salomão no Ocidente, outro no Nordeste, e o terceiro no
Sudeste. O do Ocidente representa o Monte Moriá, o do Nordeste o Monte Tabor,
enquanto que o do Sudeste representa o Monte Sinai.
Plano
de uma Loja Maçônica Operativa do V°, VI° e VII° graus.
Três
pilares também podem ser encontrados em toda Loja Maçônica especulativa, mas
não situados no mesmo lugar e dois destes Montes são mencionados nas Grandes
Lojas Maçônicas especulativas. Aparenta da tradição maçônica, que a existência
de três pilares é algo muito mais lógico e completo que a mera existência de
dois.
Em
todas as ocasiões ordinárias uma Loja Maçônica de Sétimo Grau ou de Grandes Mestres
é aberta pelos três em privado, e uma de Sexto Grau ou de Mestres Aprovados é
aberta da mesma forma. Logo, a porta, grade ou cortina entre estas duas salas
de Loja Maçônica é aberta e o trabalho continua. Mas em uma assembleia anual,
ou na ocasião da celebração de uma das três grandes comemorações, o Sanedrín
deve ser aberto por estes dois graus juntos e simultaneamente.
Como
no Sanedrín não há um Vigilante presente como tal, o Rei Salomão ocupa o
assento central do Trono dos Mestres, com o Rei Hiram de Tiro a sua direita, e
Hiram Abiff a sua esquerda. O Primeiro Mestre pergunta ao Segundo e ao Terceiro
se estão de acordo com a abertura do Sanedrín, conforme for, todos os membros
do Sexto Grau devem provar sê-lo formando-se em trio e pronunciando a palavra
“San-é-drín” dando cada um uma sílaba por vez. É neste Sanedrín na Comemoração
da Fundação do Templo em abril que o Primeiro Mestre diz, citando a passagem de
1 Reis, 5:3-5:
-
Você
sabe que meu pai David não pôde edificar uma casa em nome do senhor seu Deus
por causa das guerras em que se viu envolto. Até, que o senhor pôs a seus
inimigos sob a planta de seus pés. Mas agora o senhor meu Deus me deu paz por
toda parte; não há adversário nem calamidade. E hei aqui, penso edificar uma
casa no nome do senhor meu Deus, como o senhor falou com meu pai David,
dizendo: “Seu filho, a quem porei sobre o trono em seu lugar, ele edificará a
casa a meu nome”.
Então
impõe um levante a todos os homens, tal como em 1 Reis, 5:13:
- O rei
Salomão impôs um levante a todo o Israel, e o levante foi de trinta mil homens.
E
então conforme se descreve em 1 Reis, 6:7:
- A casa,
enquanto se edificava, construía-se de pedras preparadas na pedreira e não se
ouviu nem martelo nem tocha, nem nenhum instrumento de ferro na casa enquanto a
construíam.
O
que implica que as diferentes partes deviam marcar-se paulatinamente. Então os
Maçons de VI° têm que traçar os planos e fazer todas as disposições para o
começo da obra. A isto segue a cerimônia do estabelecimento e construção do
Templo.
Para
a cerimônia da Comemoração da Dedicação o mesmo processo de abertura do
Sanedrín é realizado. Nesta cerimônia o ocupante da cadeira no Sudeste atua
como Capelão, e representa a Jachim, e se diz que ocupa o posto do Monte Sinai.
O ocupante da cadeira Nordeste representa a Boaz, e ocupa o lugar do Monte
Tabor. Os pilares hexagonais em frente deles, conforme olham o Ocidente, levam
os mesmos nomes que os ocupantes das cadeiras, o qual asseguram os Operativos.
Está confirmado pelo relato bíblico de 1 Reis, 7:21, se se entender que o Rei Salomão
ocupa o Ocidente e olha para o Leste, “Erigiu, pois, as colunas no átrio da
nave; erigiu a coluna direita e a chamou Jachín, e erigiu a coluna esquerda e a
chamou Boaz.”.
O
Grande Mestre Delegado cujo assento está aos pés dos Três Grandes Mestres,
oferece um cordão azul ao Rei Salomão que este ata no pilar a frente depois de
enrolá-lo nele, e o envia até o Boaz, que por sua vez o ata no pilar de frente
a ele. Depois disto, o cordão é levado de Boaz a Jachim, que por sua vez o ata no
pilar de em frente e o envia de volta ao Rei Salomão. Três pessoas diferentes
medem os ângulos, e estes, quando são entregues ao Primeiro Mestre, atuando
como Rei Salomão, devem somar 180 graus, se não, a cerimônia deve ser repetida.
Este cordão azul representa a linha de comunicação entre os Três Grandes Montes
ou Lugares Elevados, Moriá, Tabor e Sinai.
Os
Operativos explicam também que o Primeiro Mestre representa o rei, e como
Jachim era o Supremo Sacerdote durante a Dedicação, representa à igreja, e que
Boaz, o fundador da Casa do David, representa o estado, assim que os três
poderes: o Rei, a Igreja e o Estado estavam por completo representados, e
estavam unidos simbolicamente pelo cordão azul.
Para
o término da Cerimônia de Dedicação o Primeiro Mestre vai até os pilares no
Oriente, e deparando-se frente a eles, aponta ao de sua direita com sua mão
direita e diz:
- A este a
meu lado direito nomeio Jachim.
Depois,
apontando com sua mão esquerda ao do outro lado diz igualmente:
- A este a
meu lado esquerdo nomeio Boaz.
A
Agremiação dos Ourives, que também estava representada, fixa então uma placa de
ouro em cada pilar a qual tem inscrito seu nome, e o Primeiro Mestre em
representação do Rei Salomão fixa a última delas. Estas placas são fixadas nas
bases dos pilares por seu lado oriental, para que assim quem ingressasse no Templo
pudesse ver seu nome conforme se aproximasse. O Primeiro Mestre eleva sua vista
ao céu e dirigindo-se a El Shaddai diz:
- Completei o
trabalho que meu pai me encomendou.
A
Grande Saudação é feita a El Shaddai sete vezes, depois segue uma pausa, depois
da qual se faz novamente por sete vezes mais, e depois de uma pausa final,
continua-se por outras sete vezes. O Primeiro Mestre abençoa então à
congregação, que se levanta para receber a bênção como pode ler-se em 1 Reis,
8:14:
- Depois o
rei se voltou e abençoou a toda a assembleia de Israel, enquanto toda a assembleia
de Israel estava de pé.
Ao
final, o sinal especial do Triângulo é feito. O qual se faz juntando a ponta
dos polegares, mantendo-os na mesma linha horizontal e logo unindo as pontas dos
dedos indicadores e tratando de sustentar, tanto quanto possível, um triângulo equilátero,
levando as mãos diante da face para que os dois olhos possam olhar através do
triângulo assim formado. A palavra JAH é pronunciada, e o sinal de dispersão é
feito:
- Podeis se
retirar, o trabalho está concluído.
Então,
o Sanedrín é fechado e imediatamente depois, os trabalhos das Lojas Maçônicas de
Sexto e Sétimo Grau também o são, o que finaliza a cerimônia.
X. CONCLUSÃO
Alguns
autores expuseram, erroneamente, que a Franco-Maçonaria operativa e seu Ritual
se derivaram da Franco-Maçonaria especulativa e não, como se expõe neste
trabalho, que a Sociedade Operativa e seu Ritual são a origem da
Franco-Maçonaria especulativa.
Com
tudo dito, não se requererá de um grande esforço para compreender que tal ideia
é uma dedução nada crível. O Ritual operativo está fundamentado, tal qual suas
cerimônias, sinais e palavras, nas ferramentas, práticas e costumes do ofício
operativo da construção.
Quase
tudo nas Instruções Especulativas podem ser rastreadas até as Cerimônias
Operativas, mas existem muitos Instruções Operativas que não têm
correspondência alguma entre as Cerimônias Especulativos.
A
explicação de muitas das Cerimônias Especulativas se encontra no Ritual Operativo,
mas não o inverso. Por exemplo, a obrigação do Primeiro grau, em sua versão
Operativa, contém todos os elementos da fórmula Especulativa e alguns outros
mais, que lhe dão maior significado e força. Aparenta que isto bastaria para
interromper todo debate sobre qual dos dois juramentos é mais antigo e
original.
Todos
os sinais e palavras dos Operativos estão conectados com o ofício da construção,
mas alguns sinais e palavras alheios se acrescentaram ao Ritual especulativo,
como é o caso da Palavra de Passe especulativa entre os Segundo e Terceiro
graus, que na realidade pertence à Agremiação dos Ferreiros. Em contrapartida,
entre os Operativos, o sinal Giblim
dos peritos obreiros do Segundo Grau, e os sinais e segredos do Sétimo, estão
especificamente apoiados em questões práticas da Agremiação dos Construtores.
Assim mesmo, as Cerimônias Operativas se apoiam em feitos concretos e reais,
enquanto que as Cerimônias Especulativas são puramente simbólicas e abstratas,
fazendo alusão a coisas ideais. O real antecede ao simbólico, pois o simbólico
se apoia no real e o significado e o concreto deve existir antes que algo
abstrato se formule sobre isso. O real antecede ao ideal, sobre o qual se
constrói.
Para
qualquer um que compare ambos os Rituais, não deve restar dúvida de qual deles
é o mais antigo e original, deixando de um lado o tema de qual é a tradição e o
sistema mais antigo. O Ritual Operativo utiliza formas cerimoniais exatamente
iguais às utilizadas no século XVII, quer dizer, ao menos, cinquenta anos antes
da fundação formal da Franco-Maçonaria especulativa em 1717.
Certamente
que qualquer Irmão que desconhecesse, ou duvidasse, sobre o fato de que o
Sistema especulativo está irrefutavelmente apoiado na Franco-Maçonaria
Operativa, com a qual guarda muitas semelhanças, estará agora convencido.
Findel,
o grande escritor alemão, no The History of Fremasonry, publicado em 1866, já
então compartilhava dessas conclusões:
“Havendo-se
originado na Fraternidade Operativa de Maçons, a Ordem tomou emprestados seus
emblemas e símbolos das Corporações de Construtores, para assim repartir a seus
membros verdades morais e as regras da Arte Real.”
E
mais tarde, sobre o incremento dos elementos especulativos:
“Então foi
quando o que hoje entendemos como Franco-Maçonaria veio à existência, retendo o
espírito da antiga Irmandade, suas leis fundamentais, e seus costumes
tradicionais, mas estiveram acordadas em relegar tudo o relacionado com
Arquitetura e Maçonaria Operativa por considerá-lo tão somente relativo ao ofício
da construção. As expressões técnicas, que foram excelentemente adaptadas à
construção simbólica do Templo, mantiveram-se, mas tão somente figurativamente,
sem major significado.”
Em
resumo, deve ser expressa gratidão à Respeitável Sociedade Operativa de Maçons
Livres da Divisão de York, e em especial ao Ex-Venerável C. E. Stretton, por
sua paciente instrução no trabalho técnico e ritual de suas cerimônias. Também
gratamente se deve testemunhar sua fraternal atitude de compartilhar o
conhecimento, já que permitiu a publicação de alguns de seus métodos e segredos.
IR\ CLEMENT E.
STTRETON
Ainda,
se deve rechaçar e deplorar amplamente a questão de que o sindicalismo e as
modernas condições comerciais tenham provocado o declínio, e tenham ameaçado a
existência, de uma Sociedade tão antiga e atuante. Mas, é de grande gratidão o
fato de que se tenha tomado um meio para dar a conhecer mais amplamente sua
existência e situação atuais.
Possivelmente
a Agremiação Operativa de Francos-Maçons, que continuou declinando até o
presente, possa chegar à extinção e aniquilamento, mas sua história viverá para
sempre, e sua memória será eternamente perpetuada por seus sucessores, os
Francos-Maçons Especulativos, cujo nome completo é o “Da Antiga Fraternidade de
Maçons Livres e Aceitos”.
A SUÁSTICA
A
suástica é, provavelmente, o símbolo mais antigo e mais amplamente difundido
que já existiu. O autor em outro trabalho a traçou de volta à Grande Amarela ou
Raça Turaniana e mostra razões para acreditar que a sua difusão ocorreu na
Idade do Bronze. Originalmente seria o emblema da rotação das sete estrelas da
Ursa Maior em torno da Estrela Polar e era o símbolo do Altíssimo Deus, que
reinava e governava o universo visível. Entre os Maçons Operativos do VII ° o candidato
era levado a um cofre sob o Salão da Grande Loja e naquela escuridão olhava
para o centro do teto e via uma grande letra “G” a partir da qual um fio de
prumo era suspenso pendendo para a câmara em que ele foi colocado. É dito que
esse fio de prumo desce da Estrela Polar e que a suástica é o seu símbolo. A
suástica é inscrita sobre o Altar Sagrado em frente a ele.
Quando
uma Loja operativa é aberta no VIIº cada um dos Grãos Mestres coloca seu "Esquadrado"
juntamente com o Volume da Lei Sagrada, de modo a formar uma suástica, que é um
símbolo muito respeitado entre todos os Maçons Operativos e é utilizada para
representar El Shaddai ou o próprio Altíssimo.
FIM
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda
nos dias de hoje, muito se discute acerca do quanto a Maçonaria Especulativa
herdou das práticas da Maçonaria Operativa, e o quanto a segunda tinha de práticas iniciáticas (e não
puramente funcionais). Esta obra de Thomas Carr naturalmente está neste “fogo cruzado”
das hipóteses maçônicas, mas o fato é que até mesmo a rigorosa GLUI acabou por
operar oficialmente as práticas relatadas por de Clement E. Sttrenton como um
“grau lateral”[17].
Este
documento, além de prover explicações factíveis para várias práticas
Especulativas cujas origens ainda deflagram debates, chama a atenção pelos “Os
segredos dos Três Grandes Mestres” que menciona, quais são:
1.
Triângulo
de proporções 3, 4 e 5;
2. O desenho das construções
retangulares sob o Sistema dos Cinco Pontos;
3.
A
Suástica, a Estrela Polar, e o método de Adoração do Altíssimo.
1º Segredo
O
“primeiro segredo” já é largamente explorado na literatura maçônica,
tratando-se do Teorema de Pitágoras, também conhecido como o 47º Problema de
Euclides ou 3:4:5.
“Em qualquer
triângulo, a soma dos quadrados dos dois lados menores (catetos) é igual ao
quadrado da hipotenusa”.
Em
um triângulo reto cujas proporções dos lados são 3, 4 e 5 terá no encontro criado
entre os 3 (lado) e de 4 (lado) o ângulo reto do esquadro.
Outro
ponto pertinente à interpretação maçônica, é que o quadrado de 3 é 9, o quadrado de 4 é 16. A soma de 9 e 16 é 25.
(25 representa a hipotenusa). A raiz quadrada de 25 é 5. Logo, a equação é
escrita: 3:4:5. Quando resolvendo o quadrado desses quatro números (1, 4, 9 e
16), encontramos ao subtrair cada quadrado do seguinte, ficamos com 3, 5 e 7. 3:5:7:, estes são os degraus na Maçonaria.
Eles são os degraus da Escada Caracol que leva à Câmara do Meio, e eles são o
número exigido de irmãos necessário para abrir uma Loja (3 Mestres, 5
Companheiros, 7 Aprendizes).
A
essência deste Teorema ou Problema é sobre a importância de se estabelecer um
alicerce arquiteturalmente verdadeiro (correto) com base na utilização do
esquadro. Ele permite “Esquadrejar seu esquadro quando ele fica fora de
esquadro.”.
O
conhecimento de como formar um esquadro perfeito tinha a maior importância na
arte de construir desde o tempo dos Harpedonaptae, (e mesmo antes).
Harpedonaptae, literalmente traduzido, significa “esticadores de corda” ou
“amarradores de corda” do Egito antigo (muito antes do Templo de Salomão ser
construído). Os Harpedonaptae eram especialistas em arquitetura que eram
chamados para lançar os alicerces dos edifícios.
Eles
utilizavam a astronomia (as estrelas), assim como cálculos matemáticos, a fim
de traçar ângulos retos perfeitos para
cada edificação. Historicamente, a pedra angular de uma edificação era colocada
no canto nordeste da construção. Os antigos construtores primeiro definiam as
linhas do Norte / Sul através da observação do Sol e das estrelas, especialmente da
Estrela do Norte ou Polar (que está relacionada ao 3º segredo), que eles acreditavam naquele tempo
ser fixa no céu.
Só
depois que estabeleciam uma linha do Norte / Sul perfeita, eles podiam utilizar
o esquadro para estabelecer linhas Leste
e Oeste perfeitas para suas fundações. O 47º Problema de Euclides por
sua vez, era que estabelecia as verdadeiras linhas Leste e Oeste, de modo que
os esticadores de corda pudessem determinar um ângulo de 90 graus perfeito em
relação à linha Norte / Sul, que eles tinham estabelecido usando as estrelas.
Mesmo
que os Maçons Operativos não pudessem estabelecer as linhas Norte / Sul e Leste
/ Oeste, com base nos princípios deste Teorema poderiam esquadrinhar um
esquadro com um ângulo reto perfeito para erigir suas edificações com apenas
bastões e cordas (2 elementos ainda hoje usados na ritualística maçônica
especulativa). Os esquadros (ferramentas)
ainda hoje possuem um lado maior, pois são desenhados a partir das proporções
desse tipo de triângulo, qual posse ser visto na joia de Mestre Instalado.
2º Segredo
O
“segundo segredo”, trata também da aplicação da geometria no Ofício da
construção (ou Maçonaria Operativa). Na Maçonaria Especulativa, os “Cinco
Pontos”, são uma alegoria do grau de Mestre (conhecida como Cinco Pontos do Companheirismo),
muitas vezes associados a passagens bíblicas de reavivamento como em I Reis
17:17-23 e II Reis 7:34-35.
Os
Cinco Pontos no aspecto operativo, estavam associados às medidas e proporções
sagradas. Proporções como Pi e Phi aparecem em construções sagradas por todo o
mundo desde os tempos mais remotos, alguns estudos já demonstram que
possivelmente tais proporções foram encontradas a partir da medição dos astros,
que também orientavam a disposição dos Templos.
As
Lojas Maçônicas assim como essas construções sagradas, são orientadas de
Oriente ao Ocidente e possuem a forma de um “Quadrilongo”, essa forma,
aparentemente simples num contexto moderno, era de fato um desafio na
precariedade de nosso passado. Manter as proporções e ângulos corretos em
planos de tal magnitude como uma edificação era um segredo técnico dos Maçons
Operativos, entretanto seu método é relativamente simples, porém muito elegante.
Fazia-se
uso de um desenho geométrico chamado “Vesica Piscis”, Vesica Piscis é a forma
que é a intersecção de dois círculos com o mesmo raio, em que o centro de cada
circunferência está sobre a outra. O nome em latim significa literalmente
bexiga de peixe.
Vesica
Piscis
A
Vesica Piscis traçada consecutivamente por cinco pontos teria o seguinte
formato:
A
partir do primeiro ponto, foi traçado o primeiro círculo, então a partir do
centro e da extremidade deste, traçado o segundo círculo e assim sucessivamente
até o quinto círculo. Linhas verticais traçadas nos centros dos círculos
externos até a sua altura máxima, unindo-se a linhas horizontais traçadas ligando
as mesmas, este desenho forma um
quadrilongo na proporção 2:1 (largura:altura). O mesmo processo partindo das extremidades
dos círculos externos (ao invés dos centros) nos dá um quadrilongo na proporção
de 3:1.
Esses
círculos poderiam ser traçados a partir da fixação de um bastão onde seria seu
centro presumido, uma corda[18]
seria fixada neste e em outro bastão que ficaria “móvel”. Ao se estender a
corda ao máximo, andando ao redor do bastão fixo com a ponta do bastão móvel a
riscar o chão, ao final da volta de 360 graus teríamos um círculo completo.
Feitos os cinco círculos e um retângulo retirado a partir destes, é encontrada as
dimensões nas corretas proporções à edificação que poderá ser erguida a partir
destes Cinco Pontos, assim como na alegoria ritualística do grau especulativo
de Mestre.
3º Segredo
O
“terceiro segredo” se refere à Suástica, a Estrela Polar, e o método de
Adoração do Altíssimo. O primeiro ponto a se ressaltar é que a Suástica é um
símbolo muito mais antigo que o regime nazista, logo não foi criado pelo mesmo.
A suástica nazista era um símbolo extraído da antiga religião nórdica conhecido
como a “Cruz de Thor”, uma divindade da tempestade que portava um martelo
mágico chamado “Mjolnir”, A Cruz de Thor era uma representação do Mjolnir
duplicado e cruzado (simulando o movimento). Alguns autores chegam até a
diferenciar a suástica em seus detalhes, afirmando que o símbolo utilizado pelo
3º Reich era a “sovástica”.
Representações da suástica em outras culturas
As
mais antigas edificações humanas que não tinham uma função meramente de abrigo
eram locais sagrados destinados à observação dos astros ou ao menos
influenciados por estes, tais quais dolmens, templos e pirâmides. É de se
esperar que um “fator astronômico” tenha influenciado e perdurado entre os
Maçons Operativos. Nos tempos antigos, havia basicamente 4 utilizações dos
astros no Ofício da construção:
1.
Orientação
Geográfica;
2. Marcação dos Ciclos das
Estações;
3. Contagem Cronológica do Tempo;
4.
Replicação
universal de medida e ângulos.
Detalhe (em suástica) do Escudo de Armas dos
Maçons (Alemanha, 1515)
Dentre
os astros estudados pela astronomia antiga, a Estrela Polar tinha destaque,
pois é a única que permanece aparentemente fixa no firmamento num ponto
coincidente com a projeção do eixo da terra, por isso naturalmente utilizada
como referencial na orientação
geográfica dos seres vivos sobre a superfície terrestre. Essa estrela está
sempre a orientar o Norte aparente, com isso pode-se definir um eixo Norte /
Sul, um dos eixos utilizados na orientação da disposição dos locais sagrados em
sua construção.
Por
sua vez, a suástica nas tradições orientais era um símbolo representativo das
estrelas da constelação de Ursa Maior em curso (movimento) ao redor da Estrela
polar:
A
Ursa Maior também era conhecida por algumas culturas como “O Arado”, não só foi
porque teria uma forma alegórica a um arado, mas porque a posição da Ursa Maior
no céu era utilizada para a marcação do
ciclo das estações que determinavam as práticas agrícolas de plantio e
colheita. Diversos locais sagrados foram construídos a fim de acompanhar estes
ciclos, como até hoje o fazem as Colunas J\ e B\ nos Templos Maçônicos.
Assim
como a Ursa maior marcava o ciclo das estações, um giro completo deste ciclo
apontava a contagem cronológica de tempo[19]
de mais um ano que se passava. A importância é obvia de se contar o tempo para
o cronograma de uma construção. Representações de sucessivas suásticas não são
raras, e talvez num tempo remoto, isto aludisse à passagem dos anos.
Motivos em Suástica em Palmyra
Antigas
construções sagradas com Stonehenge e as Pirâmides de Gizé (e várias outras)
compartilhavam de uma mesma unidade de medida, hoje mais conhecida como “jarda
megalítica”. Mas como civilizações tão díspares uma da outra em tempo e lugar
possuíam uma medida em comum, e ainda, como conseguiam reproduzi-la com
precisão? A resposta é que esta replicação
universal de medida e ângulos e até seu tamanho de fato, era conseguida
através dos astros. Mais precisamente do Sol e da própria Terra.
A
jarda megalítica deriva da observação de três fatores; a velocidade da Terra em
relação ao seu eixo, a órbita da Terra em relação ao Sol e a massa do planeta,
e também pode ser replicada através da utilização de bastões e cordas junto a esses fatores.
Ângulos da mesma forma eram medidos através da observação da sombra de bastões
em função da movimentação do Sol. Para tanto, aqueles Maçons Operativos,
utilizavam bastões de medição que os fenícios (além de outros povos canaanitas)
e os hebreus chamavam de asherá. Identificados com o nome da deusa-mãe do
nascer e do pôr-do-sol, o propósito desses asherás era determinar os ângulos do
nascer e do pôr-do-sol por suas sombras projetadas pelos bastões quando
posicionados verticalmente.
Ora,
se o céu sempre esteve associado à divindade ( Estrela Polar também era
conhecida como “Trono Divino”[20]),
e se o conhecimento astronômico era primaz para a construção dos locais
sagrados, seria natural que os astros também influenciassem não só a
arquitetura sacra como também a ritualística e liturgia[21]. O
método de Adoração do Altíssimo era regulado até certa instância, pelos astros.
Na
lenda do 3º Grau Especulativo sabemos que as orações de Hiram Abiff eram
realizadas quando o Sol estava em seu zênite. Posteriormente, em Ezequiel 8:16
é registrado (de forma equivocada) como naquele tempo já se rendiam homenagens
solares no Templo de Jerusalém. Já na Idade média, no Antigo Dever conhecido
como as “Obrigações Anglo-Normandas” [22] está
registrado que uma das classificações dos Maçons de então era de “Maçons
Luzidos” (Light Masons), o adjetivo era devido ao seu trabalho ser menos braçal
que os demais (“light” no sentido de leve), por tais trabalhos terem horários
regulados pelo Sol e por construírem muros, que podiam ser alinhados pelo ângulo
da sombra formada pelo Sol. Ainda hoje na abertura e fechamento das Lojas Maçônicas,
o curso do Sol é aludido na ritualística, deixando claro que a herança dos
operativos sobre viveu pelas pedras da terra e pelos astros do céu na Maçonaria
Especulativa...
Tiago Roblêdo M\ M\
Visita
Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem
REFERÊNCIAS
OS
SEGREDOS DO TEMPLO DE SALOMÃO, Kevin L. Gest
O
OFÍCIO DO MAÇOM, Harry Carr
A
MÁQUINA DE URIEL, Robert Lomas e Christopher Knight
SIMBOLOS
FUNDAMENTALES DE LA CIENCIA SAGRADA, Rene Guénon
[1] O Oxford
International Dictionary of the English Language dá a seguinte definição da
palavra “Cowan”: Cowan - 1598 [?] 1. Sc. One who does the work of a mason, but
has not been apprenticed to the trade. 2. Hence, One uninitiated in the secrets
of Freemasonry 1707. 3. slang. A sneak, eavesdropper. Enquanto que o Oxford
English Dictionary establece: One who builds dry stone walls (i.e., without mortar);
a dry-stone-diker; applied derogatorily to one who does the work of a mason,
but who has not been regularly apprenticed or bred to the trade. N. d. T. No
Brasil, este termo é normalmente traduzido por “goteira”, designando curiosos
ou espiões, entretanto o termo aqui tem o significado original, construtores de
“pedra seca”, cujo trabalho não possuía técnicas (mais avançadas) de um Maçom
iniciado em uma Loja formal.
[2] Parecesse
existir um engano nesta afirmação, sendo mais provável que o autor se refira ao
trabalho do Dr. W. Begemann, An Attempt to Classify the Old Charges [“Ars
Quatuor Coronatorum”, Vol. I, 1886-1888], já que o trabalho do Ex-Venerável
Roderick H. Baxter titulado Old Charges and Ritual pertence a um diferente
volume das Transactions [“Ars Quatuor Coronatorum”, Vol. XXXI, 1918] e não
tinha sido publicado antes de 1911, data da publicação do presente documento.
Um trabalho mais recente sobre o tema é o desenvolvido pelo Dr. Jorge Francisco
Ferro: Os “Antigos Deveres” (Old Charges): tradução e estudo crítico sobre tais
antigos manuscritos que pode ser consultado em <http://www.geocities.
com/symbolos/jfferro1.htm>.
[3] James S. Grubb em “Elite Citizens” [cap. 10 do
Martin, John (Ed.). Venice Reconsidered: The History and Civilization of an
Italian City-State, 1297-1797. Baltimore: Johns Hopkins Univ. Press, 2002. P.
349] escreve que nos princípios do século XVII se institucionalizou a figura do
“privegentle men” como um “second order of gentlemen” or “nobility of the
citizens”, um mediador entre a nobreza e a plebe. Estando estabelecidas três
categorias bem diferenciadas de “cidadania”, tal como explicam John Jeffries
Martin e Dennis Romano no “Reconsidering Venice” [Ibid, cap. 1, P. 16]:
Only adult noble males had the right to […] participate in the political
life […] Next in prestige where the cittadini (citizens), a diverse group […]
whose privileges granted them entry into the state bureaucracy […] or special
commercial privileges as merchants.
Many cittadini were among the wealthiest influential members of […]
society. Finally, at the base of this “hierarchy” where the artisians,
shopkeepers, and workers […]
[4] O Ex-Venerável
Clement E. Stretton declarou em seus registros, e posteriormente confirmou através
de cartas, que o Dr. James Anderson foi feito capelão da Agremiação de São
Paulo (St. Paul’s Guild) em 1710, em sucessão ao Dr. Compton, que tinha o
hábito de praticar um serviço religioso diurno. Em setembro de 1714, Anderson
propôs que homens de linhagem (nobre) pudessem ser admitidos como uma espécie
de membros honorários, o que foi aceito com um voto de diferença a favor, e os
registros contábeis desse ano e do seguinte, mostram sete cotas de 5 guinés
cada uma. Durante o tempo que o trabalho de São Paulo esteve em processo, as
Agremiações se reuniram no meio do dia de sábado, mas Anderson trocou os
períodos de reunião para as quartas-feiras às 19:00. Na taberna Goose and
Gridiron, e em setembro de 1715, os Operativos tomaram ciência que sua antiga
palavra de passe já não lhes permitia a entrada às mesmas. Comunicaram então,
tal ocorrência a Wren e a Strong, e os dissidentes foram apagados dos
Registros, talvez seja por isso que Anderson declarou que Wren “rechaçou as
Lojas Maçônicas”. Agora, sob tais circunstâncias, ninguém pode dizer que
Anderson não agiu com intenções diversas. O que sim podemos é compreender
aquilo que “digeriu”: condensou o tempo de Aprendizagem de sete anos a um mês, suprimiu
toda referência técnica, incluiu a cerimônia para conferir o grau da Marca
(Mark Mason) e alinhou uma instituição de fina moral a vertente das Sociedades
Místicas dos Antigos, mas que não era propriamente Franco-Maçonaria (Operativa).
Era sim uma reprodução dela, reteve aquilo dos Antigos Rituais adequado a seus
propósitos, que poderiam ter algum lugar no sistema moderno, mas foi suprimida
a explicação que o Ritual Operativo confere. [John Yarker. The Arcane Schools.
Quilograma, MT: Kessinger, 1995. pp. 404-405].
[5] O Past Assistant Grand Registrar é o
imediato anterior ao oficial de uma Grande Loja Maçônica encarregado de
assistir ao Grand Registrar que custódia os Selos da mesma.
[6]
Estas
celebrações podem muito bem serem heranças de culturas europeias mais antigas
(tal quais os celtas), já que coincidem nas datas. Tais celebrações tinha como
cunho principal a “Roda do Ano”, ou seja, o ciclo das estações, como é sabido,
os antigos construtores na Idade Média e mesmo na Antiguidade adequavam suas
edificações a marcação dessas datas.
Dado que a diferença entre as celebração é de exatos 28 dias, talvez
estivesse ainda contemplada a observação do ciclo lunar (NDE).
[7] Um
“scabbler” era um operário não agremiado que se dispunha a substituir outro que
era em determinadas circunstâncias tais como greves, daí sua tradução como “desbastadores”.
Trata-se, como o texto implica, de “uma Classe de Maçons Brutos admitidos ao
trabalho grosso das pedreiras, mas não membros da Loja Maçônica. Quanto aos
Companheiros do Ofício, eram considerados como “associados” ao trabalho de
desbastamento das pedras e possuíam suas próprias cerimônias internas.” [Cfr. a
nota 3 de: Ferro, Jorge Francisco. Um testemunho sobre a Maçonaria Operativa dos
princípios do século XX. Em <http://www.geocities.com/
symbolos/jfferromop.htm>.
[8]
Os
títulos palatinos (palacianos) eram sempre outorgados às pessoas que ajudam o
soberano nos afazeres do governo ou prestam serviços à sua Casa ou pessoa. O
mais conhecido é o Conde Palatino que é muitíssimo considerado pela nobreza,
pois ele subentende a proximidade e intimidade de seu dignitário com o soberano
e implica, sempre, em altas funções exercidas na Corte, ou seja, confere poder
ao agraciado (NDE).
[9]
A
história da Inglaterra anglo-saxã cobre o período da Inglaterra na baixa Idade
Média, do fim da Britânia romana e o estabelecimento do reino anglo-saxões no
século V até a conquista normanda em 1066. Os séculos V e VI são conhecidos arqueologicamente
como a Britânia pós-romana, ou na história popular como a “Idade das Trevas”,
do século VI, desenvolvem-se reinos distintivos mais extensos, ainda conhecidos
por alguns como a heptarquía. A chegada dos vikings no final do século VIII
trouxe consigo mudanças a Britânia. O fim da Inglaterra anglo-saxã
tradicionalmente se associa com o começo da conquista normanda, início da época
feudal.
[10] “Porque está escrito
que Abraão teve dois filhos, um da (mulher) serva e outro da livre […] Mas, o
que diz a Escritura? “Desfaz-se da serva [Agar] e a seu filho [Ismael], pois o
filho da serva não será herdeiro como o filho da livre.”.” [GA 4, 22 e 30].
[12] Uma espécie
de segundo plinto ou bloco, sob as bases de uma coluna (NDE).
[13] O sinal de “devida
guarda” (duegard sign) representa a posição das mãos quando se faz o juramento
de Aprendiz.
[14] As Antigas
Constituições pertencentes à Antiga e Respeitável Sociedade de Livres e Aceitos
Maçons: elaboradas a partir de um manuscrito registrado faz mais de quinhentos
anos, de J. Roberts, publicadas em Londres em 1722, informa de umas “Novas
Regulações” que foram adotadas na Assembleia Geral celebrada na cidade de York
no dia 8 de dezembro de 1663. As Novas Regulações deste Dever tardio,
estabelecem que na sucessiva a Ordem será regulada por “um Mestre e sua
Assembleia”, na qual deverá estar presente um Mestre e um Vigilante da
Agremiação da Franco-Maçonaria Operativa [Cfr. o Apêndice 1].
[15] Os Giblitas,
ou Giblîm, foram os habitantes da cidade e o distrito do Gebal (a cidade de
Biblos para os gregos), na Fenícia próxima ao Monte Líbano, que pertencia aos
domínios do Rei de Tiro. A palavra fenícia “gibal”, da qual procede ao plural
“giblîm” significa maçom mestre-de-obras. Em 1 Reis, 5:17-18, lemos: “Então o
rei deu ordens, e tiraram grandes pedras, pedras custosas, para lançar os
alicerces da casa com pedras lavradas. E os construtores de Salomão, os
construtores do Hiram e os giblitas cortaram e prepararam as madeiras e as
pedras para edificar a casa.”. Os giblitas no original hebreu estão descritos
como os “giblîm”. Wilhelm Gesenius (no
Hebrew and English Lexicon of the Old Testament, including the biblical
Chaldee. Boston: Grocker e Brewster, 1836, P. 192) diz que os habitantes de
Gebal “eram marinheros e construtores” [Ez, 27:9], e sir William Drummond (em
Origines: or, Remarks on the Origin of Several Empires, States and Cities, vol.
III.
London: A. J. Valpy, 1826. P. 192) comenta que “os Giblitas eram Mestres Maçons
que deram os acabamentos ao Templo de Salomão”. [cfr. A nota 4 do capítulo
XLVIII de Símbolos Fundamentais... de René Guénon].
[16]
A
estrela polar é um astro visível a partir do hemisfério norte, sendo a que está
mais próxima do ponto ao que se dirige o eixo da Terra. Isto quer dizer que sua
localização indica o Norte polar e que todas as demais constelações giram ao
redor dela, sendo sua posição relativamente constante.
[17] Tal qual o graus do Arca,
Marca e Nauta.
[18]
Nós
equidistantes poderiam ser feitos na corda a fim de se possuir uma graduação
aos círculos traçados, tal qual a Corda de 81 nós.
[19]
Outro
astro largamente empregado na contagem cronológica do tempo é Vênus. Seu ciclo
no firmamento totaliza 8 anos, 5 ciclos a trazem a sua posição inicial no
firmamento em relação aos demais astros (totalizando 40 anos, número constante
nas Antigas Escrituras). Esse astro que simboliza a beleza da segunda Coluna do
Templo Maçônico também é conhecido como Estrela Flamígera ou Stella Pitagoris
(Estrela de Pitágoras), sua representação e a estrela de cinco pontas em alusão
a forma que seu curso faz no céu ao término do ciclo de 40 anos.
[20] Pois
permanecia fixa no firmamento enquanto os demais luminares eram móveis.
[21]
Como
nos informa o Ritual: “Sol, é a maior glória do Senhor, nasce a Leste e se
oculta a Oeste como a Civilização e a ciência vieram do Oriente, espalhando as
suas benéficas influências para o Ocidente. E, porque a Doutrina do Amor e da
Fraternidade, o exemplo do cumprimento da Lei, também vieram do Oriente por
intermédio do nosso Divino Mestre”.
[22] Primeiro
documento oficial da Maçonaria Operativa da Inglaterra.
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