segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A MAÇONARIA DISSECADA: Quando a Maçonaria foi exposta!


A MAÇONARIA DISSECADA


Dissecando as palavras das quais gostamos sem nos preocuparmos em seguir a etimologia ou a significação admitida, descobrimos suas virtudes mais ocultas[...]
- Michel Leiris


APRESENTAÇÃO



Nos trabalhos de resgate duma linha de tempo para as Tradições Maçônicas algumas publicações espúrias (publicadas a revelia das Instituições Maçônicas oficiais de cada época) críticas a Maçonaria ou não, mas, de conteúdo (ao menos parcialmente) validado passaram a ter alto valor juntos aos documentos conhecidos como Old Charges (Antigos Deveres). Pode-se citar entre estas, obras como The Master-key to Masonry, The Three Distinct Knocks, Boaz and Jackin e a mais antiga e notória delas Masonry Dissected, ou "A Maçonaria Dissecada".

Esta obra escrita por Samuel Prichard (um pretenso iniciado Maçom) na década de 1730 apresenta algumas críticas um tendo quanto rasas a Maçonaria enquanto instituição e corrente de pensamento, mas o conteúdo de real valor na obra ao estudioso Maçom são os textos catequéticos pertinentes a Maçonaria Simbólica daquela época.
O Ir.'. Henry Carr que foi Past Master e Secretário por muito tempo da Quatuor Coronati Lodge No. 2076, CE, que é conhecida como a primeira Loja de Pesquisas Maçônicas e autor do excelente livro (que possui tradução para a língua portuguesa) "O Ofício do Maçom" em suas palestras eventualmente abordava esta obra. No que tange este tema, reproduzo um trecho dessas palestras na tradução de José Filardo:


"[...] em 1730, temos a mais antiga exposição impressa que alegava descrever todos os três graus, a Maçonaria Dissecada, publicada por Samuel Prichard em outubro de 1730. Foi o trabalho ritual mais valioso que tinha aparecido até aquele momento, todo sob a forma de perguntas e respostas (exceto por uma breve introdução) e teve enorme influência na estabilização do nosso ritual inglês.

Seu ‘Grau de Aprendiz Maçom’ – a esta altura com noventa e duas perguntas – dava duas palavras pilar para o AM, e o primeiro deles era ‘soletrada’. Prichard conseguiu espremer muito trabalho prático em suas perguntas e respostas do AM. Aqui está uma pergunta para o candidato: “Como ele fez de você um Maçom?” Ouçamos a sua resposta:

“Com o meu joelho nu dobrado e o corpo dentro do esquadro, o compasso estendido contra meu seio esquerdo nu, minha mão direita nua sobre a Santa Bíblia: ali eu tomei a Obrigação (ou Juramento) de um Maçom.”

Todas essas informações em uma resposta! E a pergunta seguinte era: ‘Você pode repetir essa obrigação? Com a resposta: “Farei meu esforço.”, e Prichard seguia isso com uma obrigação magnífica que continha três conjuntos de sanções (corte na garganta, coração arrancado, o corpo cortado e cinzas queimadas e espalhadas). Isto é como elas apareceram em 1730. Documentos de 1760 as mostram separadas, e os desenvolvimentos posteriores não nos interessam aqui.

O “Grau de Companheiro” de Prichard era muito curto, apenas 33 perguntas e respostas. Eu dei J sozinho ao Companheiro (não soletrei), mas agora o segundo grau tinha um monte de novo material relativo aos pilares, à câmara do meio, à escada espiral, e um longo recitativo sobre a letra G, que começava com o significado “Geometria” e acabava denotando “O Grande Arquiteto e Inventor do Universo”.

O “Grau de Mestre ou Parte do Mestre” de Prichard era composto de trinta perguntas com algumas respostas muito longas, que continham a versão mais antiga da lenda de Hiram, literalmente, toda a história, como ela era contada naquela época. Ela incluía o assassinato por “três Rufiões”, os investigadores, “Quinze Amantes Irmãos” que concordaram entre si “que se não encontrassem a Palavra nele ou sobre ele, a primeira palavra deveria ser a Palavra do Mestre”. Mais tarde, a descoberta “o Deslizamento”, a elevação com os cinco pontos de perfeição, e outra nova versão da palavra* de MM, o que se diz significar “O Construtor está morto”.

Não há nenhuma razão para acreditar que Prichard inventasse a lenda de Hiram. Ao lermos sua história em conjunto com aquelas coletadas por Thomas Graham em 1726 (citado acima), não pode haver dúvida de que a versão de Prichard surgiu de vários fluxos de lenda, provavelmente um resultado inicial da influência especulativa naqueles dias.

Mas o terceiro grau não era uma nova invenção. Ele surgira de uma divisão do primeiro grau original em duas partes, de modo que o segundo grau original com seus Pontos de Perfeição e uma palavra moveu-se para cima, para o terceiro lugar, ambos os segundo e terceiro adquirindo materiais adicionais durante o período de mudança. Isso ocorreu em algum momento entre 1711 e 1725, mas se ele começou na Inglaterra, Escócia, ou Irlanda é um mistério; nós simplesmente não sabemos.
De volta agora a Samuel Prichard e sua Maçonaria Dissecada. O livro criou uma sensação; ele vendeu três edições e uma edição pirata em 11 dias. Ele varreu todas as outras exposições fora do mercado. Pelos próximos 30 anos, Prichard estava sendo reimpresso continuamente e nada mais poderia ter uma chance; não havia nada apto a chegar perto dele. [...]"

Quanto à adaptação da obra para o português, esta está baseada em algumas versões para inglês moderno e outras em espanhol, foram extraídas as pastes principais (concernente aos 3 graus) e algumas notas próprias do autor (outras suprimidas por tratarem-se apenas de opinião satírica e parcial do mesmo). Um das versões em espanhol em particular trazia notas muito úteis quais foram mantidas e como de costume acrescidas de algumas observações pessoais.


A MAÇONARIA DISSECADA

Introdução

De S. Prichard, 1730

A MASONERIA DISSECADA: Uma autêntica e universal descrição acerca de todos seus ramos da sua origem até a atualidade. Tal como é transmitida nas Lojas Maçônicas Regularmente Constituídas tanto na cidade como no campo, de acordo aos Distintos Graus de Admissão.

Oferecendo uma Versão Imparcial do Procedimento Regular de Iniciação de seus Novos Membros nos Três Graus da Maçonaria, isto é, I. Aprendiz Aceito, II. Companheiro do Ofício e III. Mestre Maçom. [...].

Por Samuel Prichard, Membro recente de uma Loja Maçônica Constituída. Londres: Impresso para o J. Wilford, em “As Três Flores de Lis”, fundos da Casa-Capítulo região de St. Paul. 1730. (Preço 6d.)

Samuel Prichard Declara: Que a cópia anexa é uma cópia fiel e autêntica em todos seus pormenores.

Jur' 13. Die Out. 1730. Coram me, R. Hopkins.
Sam. Prichard.

A Muito Venerável e Honorável Fraternidade de Maçons Livres e Aceitos.

Irmãos e Companheiros,

Se as páginas seguintes, escritas sem parcialidade, obtêm o aplauso universal para uma Sociedade tão digna, não duvido que o caráter geral desta se difundirá e será apreciado pela parte civilizada da humanidade que ainda subsiste: O que, espero, proporcionará inteira Satisfação a todos os Amantes da Verdade, e eu seguirei sendo, com toda humilde Submissão, o Mais Obediente e Humilde Servidor da Fraternidade,
Sam. Prichard.

A Maçonaria Dissecada

A Instituição original da Maçonaria consistia na Fundação das Artes e Ciências Liberais, mas mais especialmente da Quinta, ou seja, da Geometria. Foi durante a Construção da Torre de Babel quando a Arte e Mistério da Maçonaria se deu a conhecer pela primeira vez, e dali foi difundida por Euclides, um digno e excelente Matemático dos Egípcios, o que se transmitiu a Hiram, o Mestre Maçom ligado à Construção do Templo do Salomão em Jerusalém, onde havia um excelente e perito Maçom que era o chefe sob seu Grande Mestre Hiram, o nome o qual era Mannon Grecus, cujos ensinamentos sobre a Arte da Maçonaria chegaram a um Carolos Marcil[1] na França, qual depois disto foi eleito Rei da França, e dali foi levada a Inglaterra no Tempo do Rei Athelstone, a quem ordenou que houvesse uma Assembleia cada Ano em York, o que havia sido sua introdução primitiva na Inglaterra, e aqueles Maçons eram feitos da Maneira que segue.

Tunc unus Ex-Senioribus teneat Librum, UT illi vel ille ponant vel ponat Manus supra Librum; tum Praecepta debeant legi. Quer dizer, Enquanto um dos Antigos sustentava o Livro, ele ou eles punham suas Mãos sobre o Livro, enquanto o Mestre[2] devia ler as Leis ou Deveres.

Estes Deveres eram: Que deviam ser verazes o um com o outro sem exceção, e que estariam obrigados a aliviar as necessidades de seus Irmãos e Companheiros, ou a lhes dar trabalho e compensá-los adequadamente.

Mas nestes últimos Dias a Maçonaria não está composta de Artesãos, como ocorria em seu primeiro estado, quando apenas umas poucas Perguntas Catequéticas eram necessárias para atestar um Homem suficientemente qualificado para ser um Maçom Operativo.

Os termos Maçonaria Livre e Aceita (como agora é) não se tinham ouvido falar até poucos anos, ainda não se tinha ouvido falar de Lojas Maçônicas Constituídas ou Comunicados Trimestrais até 1691, quando Lordes e Duques, Advogados, Comerciantes, e outros Profissionais, sem excetuar aos Porteiros, foram admitidos neste Mistério ou não Mistério. Os primeiros eram recebidos a partir de um grande desembolso, os segundos por uma tarifa moderada, e os últimos mediante a taxa de seis ou sete Xelins, pelos quais recebiam tal Insígnia de Honra, qual (segundo dizem) é mais antiga e mais honorável que a da Estrela e da Jarreteira. Antiguidade que se conta de acordo às Regras da Maçonaria tal como narra sua Tradição, inclui desde o Adão, o que deixarei à consideração do cândido Leitor[3].

Dos Maçons Aceitos surgiram os Maçons Autênticos[4], 2 de ambos os Gormogones[5], cuja origem seu Grande Mestre o Volgi deduz vir dos chineses, e cujos Escritos, se puderem ser creditados, mantêm a Hipótese Pré-adâmica, devendo ser em consequência, mais antigos que a Maçonaria.

A Sociedade mais livre e aberta é a do Grande Kaihebar, que consiste em uma seleta Companhia de Gente Responsável, cujo principal assunto é concernente ao comércio e os negócios, e à promoção da amizade mútua sem coerção ou restrição.  Mas se depois de sua Admissão nos Segredos da Maçonaria, a algum novo Irmão desagradar no seu proceder, ou depois de ter refletido consigo mesmo sobre os custos da filiação, declina a Fraternidade ou se auto exclui do Registro de Desembolsos Trimestrais da Loja Maçônica e dos Comunicados Trimestrais. Apesar, de admitido legalmente em uma Loja Maçônica Constituída e Regular, lhe será negado o privilégio (como Irmão Visitante) de conhecer tal Mistério pelo qual já tiver saldado, o que é uma manifesta Objeção de acordo à própria Instituição da Maçonaria, tal como se verá de modo evidente pelo seguinte Tratado.

GRAU DE APRENDIZ ACEITO

P. - De onde vindes?

R. - Da Sagrada Loja Maçônica de São João.

P. - Que Recomendações trazes de lá?

R. - As Recomendações que trago são dos Mui Veneráveis Irmãos e Companheiros da Mui Venerável e Sagrada Loja maçônica de São João de onde provenho, e que lhes Saúdam por três vezes de todo coração.

P. - O que vindes fazer aqui?

R. - Não a fazer minha própria Vontade,
Mas sim a subjugar continuamente minha Paixão;
Em pôr em obra as Regras da Maçonaria,
E fazer assim um Progresso diário.

P. - Sois Maçom?

R. - Assim sou recebido e Aceito entre Irmãos e Companheiros.

P. - Como poderia saber que sois Maçom?

R. - Por Sinais e Toques e Pontos Perfeitos de minha Entrada.

P. - Quais são os Sinais?

R. - Todos os Esquadros, Ângulos e Perpendiculares.

P. - Quais são os Toques?

R. - Certos Toques Regulares e Fraternos.

Exam. – Dai-me os Pontos de sua Entrada.

R. – Dai-me o primeiro, e eu vos darei o segundo.

Exam. - Eu o Saúdo.

R. - Eu o Velo[6].

Exam. - O que é o que Vela?

R. - Todos os Segredos e o Segredo dos Maçons e da Maçonaria, exceto a um Verdadeiro e Legítimo Irmão depois do devido Exame, ou em uma Loja Maçônica justa e respeitável de Irmãos e Companheiros, devidamente reunida.

P. - Onde fostes feito um Maçom?

R. - Em uma Loja Maçônica Justa e Perfeita.

P. - O que constitui a uma Loja Maçônica Justa e Perfeita?

R. - S\ ou mais.

P. - No que consistem?

R. - Um Mestre, dois Vigilantes, dois Companheiros do Ofício e dois Aprendizes Aceitos.

P. - O que constitui a uma Loja Maçônica?

R. - Cinco.

P. - No que consistem?

R. - Um Mestre, dois Vigilantes, um Companheiro do Ofício, um Aprendiz Aceito.

P. - Quem vos conduzistes à Loja Maçônica?

R. - Um Aprendiz Aceito.

P. - Como vos conduziste?

R. - Nem nu, nem vestido, nem descalço nem calçado, privado de todo Metal e em uma Postura correta.

P. - Como obtiveram vossa Admissão?

R. - Por três grandes Golpes.

P. - Quem vos recebestes?

R. - Um Segundo Vigilante.

P. - Como dispôs de vós?

R. - Conduziu-me até a Parte Nordeste da Loja Maçônica, me trouxe de volta ao Ocidente e me entregou ao Primeiro Vigilante.

P. - O que fez com vós o Primeiro Vigilante?

R. - Apresentou-me, e me ensinou como subir (por três Passos) até o Mestre.

P. - O que fez o Mestre com vós?

R. - Fez-me um Maçom.

P. - Como vos fez um Maçom?

R. - Com meu Joelho descoberto e dobrado e meu Corpo dentro do Esquadro, o Compasso estendido em meu Peito Esquerdo nu, minha Mão Direita nua sobre a Santa Bíblia, ali tomei o Compromisso (ou Juramento) de um Maçom.

P. - Podem repetir esse Compromisso?

R. - Esforçar-me-ei nisto.
(O qual é como segue.)

Por este Ato Prometo e Juro solenemente em Presença de Deus Todo-poderoso e desta Mui Venerável Assembleia, que Velarei e Ocultarei, e nunca Revelarei os Segredos ou o Segredo dos Maçons ou da Maçonaria, que possam me ser Revelados. Exceto, a um Verdadeiro e Legítimo Irmão, depois de um devido Exame, ou em uma Justa e Respeitável Loja Maçônica de Irmãos e Companheiros devidamente reunida.

E, além disso, Prometo e juro que não os Escreverei, Imprimirei, Marcarei, Esculpirei ou Gravarei, ou farei que sejam Escritos, Impressos, Marcados, Esculpidos, Gravados em Madeira ou Pedra, de modo que a Impressão ou o Caráter Visível de uma Letra possa aparecer, e sejam assim obtidos ilegitimamente.

Tudo isso sob uma Pena não menor que ter minha Garganta cortada, minha Língua extraída do Palato, meu Coração arrancado de meu Peito Esquerdo, para ser enterrados sob as Areias do Mar, à Distância de um Cabo Trançado, onde a Maré baixa e sobe duas vezes em 24 Horas. Meu Corpo queimado até as Cinzas, minhas Cinzas espalhadas sobre a Face da Terra para que não haja mais Lembrança de mim entre os Maçons.

Que Deus me ajude.

P. - Que Forma tem a Loja Maçônica?

R. - É Quadrilonga.

P. - Quão longa?

R. – Do Oriente ao Ocidente.

P. - Quão larga?

R. - Do Norte ao Sul.

P. - Quão alta?

R. - Inumeráveis Polegadas, Pés e Jardas, tão alta como os Céus.

P. - Quão profunda?

R. - Até o Centro da Terra

P. - Onde se localiza a Loja Maçônica?

R. - Sobre Terra Sagrada, na Colina mais alta ou no Vale mais profundo, ou no Vale de Josafat[7], ou em qualquer outro Lugar secreto.

P. - Como está orientada?

R. - Devidamente de Oriente ao Ocidente.

P. - Por que assim?

R. - Porque todas as Igrejas e Capelas assim o estão ou devem está-lo.

P. - O que sustenta uma Loja Maçônica?

R. - Três grandes Colunas.

P. - Como se denominam?

R. - Sabedoria, Força e Beleza.

P. – Por que assim?

R. - Sabedoria para inventar, Força para sustentar, e Beleza para adornar.

P. - Que Cobertura há para a Loja Maçônica?

R. - Um Dossel de nuvens de diversas Cores (ou as Nuvens).

P. - Existe algum Utensílio em vossa Loja Maçônica?

R. - Sim.

P. - Qual é?

R. - O Pavimento Mosaico, a Estrela Flamígera e a Orla Dentada[8].

P. - O que são?

R. – O Pavimento Mosaico o Chão da Loja Maçônica, a Estrela Flamígera o Centro, e a Orla Dentada a Borda que a rodeia.

P. - Qual é o outro Utensílio de vossa Loja Maçônica?

R. - A Bíblia, o Compasso e o Esquadro.

P. - A quem pertencem propriamente?

R. - A Bíblia a Deus, o Compasso ao Mestre e o Esquadro ao Companheiro do Ofício.

P. - Existem Joias na Loja Maçônica?

R. - Sim.

P. - Quantas?

R. - Seis. Três Móveis e três Fixas.

P. - Quais são as Joias Móveis?

R. - O Esquadro, o Nível e o Prumo.

P. - Quais são seus usos?

R. - O Esquadro para delinear Linhas Verdadeiras e Retas, o Nível para comprovar todas as Horizontais, e o Prumo para comprovar todas as Verticais.

P. - Quais são as Joias Fixas?

R. – A Tábua de Traçar, a Pedra Bruta, e a Pedra Lavrada[9].

P. - Quais são seus usos?

R. - A Tábua de Traçar para que o Mestre desenhe seus Planos sobre ela, a Pedra Bruta para que o Companheiro teste suas Joias[10] sobre ela, e a Pedra Lavrada para que o Aprendiz Aceito aprenda a trabalhar sobre ela.

P. – Existe uma Luz em vossa Loja Maçônica?

R. - Sim, Três.

P. - O que representam?

R. - O Sol, a Lua e o Mestre Maçom.

(Estas Luzes são três grandes Velas colocadas em altos Castiçais.)

P. - Por que é assim?

R. - O Sol para governar o Dia, a Lua a Noite, e o Mestre Maçom sua Loja Maçônica.

P. - Existem Luzes fixas em vossa Loja Maçônica?

R. - Sim.

P. - Quantas?

R. - Três.

(Estas Luzes fixas são Três Janelas, que se supõe [...] houvesse em toda Edificação onde se reunisse uma Loja Maçônica, mas mais propriamente aludem aos quatro Pontos Cardeais segundo as antigas Regras da Maçonaria.)

P. - Como estão situadas?

R. - Oriente, Sul e Ocidente.

P. - Quais são suas Utilidades?

R. - Iluminar aos Homens para, em e de seu Trabalho.

P. - Por que não há Luzes no Norte?

R. - Porque o Sol não raia Raios dali.

P. - Onde se situa vosso Mestre?

R. - No Oriente.

P. - Por que razão?

R. - Assim como o Sol nasce no Oriente e abre o Dia, assim o Mestre se situa no Oriente (com sua Mão Direita sobre seu Peito Esquerdo como um Sinal, e o Esquadro [pendurado] ao redor de seu Pescoço) para abrir a Loja Maçônica e pôr a seus Homens ao Trabalho.

P. - Onde se situam seus Vigilantes?

R. - No Ocidente.

P. - Qual é seu Dever?

R. - Assim como o Sol põe-se no Ocidente para fechar o Dia, assim os Vigilantes se situam no Ocidente (com sua Mão Direita sobre seu Peito Esquerdo como Sinal, e o Nível e o Prumo ao redor de seus Pescoços) para fechar a Loja Maçônica e liberar aos Homens de seu Trabalho, pagando seus Salários.

P. - Onde se situa o Aprendiz Aceito mais Antigo?

R. - No Sul.

P. - Qual é seu Dever?

R. - Escutar e receber Instruções e dar a boas-vindas aos Irmãos visitantes.

P. - Onde se situa o Aprendiz Aceito mais Recente?

R. - No Norte.

P. - Qual é seu Dever?

R. - Manter afastados a todos os Impostores[11] e Curiosos.

P. - Se um Impostor (ou um Espião) é apanhado, como deve ser castigado?

R. - Lhe colocando sob os Beirais das Casas (em Tempo de chuva) até que a Água entre por seus Ombros e transborde de seus Sapatos.

P. - Quais são os Segredos de um Maçom?

R. - Sinais, Toque e diversas Palavras.

P. – Onde vós guardais esses Segredos?

R. - Sob meu Peito Esquerdo.

P. – Vós possuístes alguma Chave para esses Segredos?

R. - Sim.

P. - Onde vós a guarda?

R. - Em uma Caixa de Osso Osso que não abre nem fecha sem Chaves de Marfim.

P. – Ela pende ou ela jaz[12]?

R. - Pende.

P. - Do que pende?

R. - De um Cabo de Reboque de 9 Polegadas ou um Palmo.

P. - De que Metal é?

R. - De nenhum tipo de Metal de modo algum, entretanto uma Língua de boa Fala é tão boa atrás das Costas de um Irmão como ante sua Fronte.

(A Chave é a Língua, a Caixa de Osso Osso os Dentes, o Cabo de Reboque o Palato. [13])

P. - Quantos Princípios existem na Maçonaria?

R. - Quatro.

P. - Quais são?

R. - O Ponto, a Linha, a Superfície e o Sólido.

P. – Explicai-os.

R. - O Ponto, o Centro (ao redor do qual o Mestre não pode errar), a Linha, Altura sem Largura, a Superfície, Altura e Largura e o Sólido compreende a Totalidade.

P. - Quantos Sinais-Princípios?

R. - Quatro.

P. - Quais são?

R. - Gutural, Peitoral, Manual e Pedestal.

P. – Explicai-os.

R. - O Gutural à Garganta, o Peitoral ao Peito, o Manual à Mão e Pedestal aos Pés.

P. - O que aprendestes sendo um Cavalheiro Maçom?

R. - Sigilo, Moralidade e Bom Companheirismo.

P. - O que aprendestes sendo um Maçom Operativo?

R. – Coloração, Esquadrinhar, Moldar, assentar um Nível e alçar uma Perpendicular[14].

P. – Vós vistes seu Mestre hoje?

R. - Sim.

P. - Como estava Revestido?

R. - Com um Agasalho Amarelo e um Par Azul de Calções.

(O Agasalho Amarelo é o Compasso, e os Calções Azuis sua ponteira.)

P. - Durante quanto tempo vós servistes a seu Mestre?

R. - Desde a Manhã de Segunda até Sábado a Noite.

P. - Como vós o servistes?

R. - Com o Giz, o Carvão e a Caldeira de Barro.

P. - O que significam?

R. - Liberdade, Fervor e Zelo.

Exam. – Dai-me o Sinal de Aprendiz Aceito.

Resp. - Estendendo os Q\ D\ da M\ D\ e passando-os através de sua G\faz-se o Sinal qual demanda um Toque.

(O Toque se faz juntando a P\ do Pol\ da M\ D\ com a primeira Jun\ do dedo Ind\ da M\ D\ do Irmão qual pede a Palavra.)

P. – Dai-me a Palavra

R. - Soletrá-la-ei com vós.

Exam. – B\. (o Exam. diz a 1ª letra, Resp. a 2 ª, Exam. a 3 ª e o Resp. a 4 ª) Dai-me a outra.

Resp. – J\ (ver I Reis, cap. VII, vers. 21).

P. - Que idade tens?

R. - Menos de Sete(Indicando que não passou à Mestre).

P. - Para que é o Dia?

R. - Para Ver nele.

P. - Para que é a Noite?

R. - Para Ouvir.

P. - Como sopra o Vento?

R. - Devidamente do Oriente e Ocidente.

P. - Que horas são?

R. - Doze em Ponto.


Fim da Parte de Aprendiz Aceito


GRAU DE COMPANHEIRO DO OFÍCIO

P. - Sois Companheiro do Ofício?

R. - Sou-o.

P. - Por que foste feito Companheiro do Ofício?

R. - Por amor da Letra G.

P. - O que significa esse G?

R. - Geometria, ou a quinta Ciência.

P. - Viajastes alguma vez?

R. – Sim, do Oriente ao Ocidente.

P. - Trabalhastes alguma vez?

R. - Sim, na Construção do Templo.

P. - Onde recebiam vossos Salários?

R. - Na Câmara do Meio.

P. - Como vós chegastes à Câmara do Meio?

R. - Através do Átrio.

P. - Ao passar através do Átrio, o que viste?

R. - Duas grandes Colunas.

P. - Como se chamam?

<R. - J\. B\.

<P. - Qual altura tem?>

<R. - Dezoito Côvados.>

<P. – Qual a Circunferência?>

<R. - Doze Côvados.>

<P. - Com o que estavam adornadas?>

<R. - Com dois Capiteis.>

<P. - Qual altura tinham os Capiteis?>

<R. - Cinco Côvados.>

<P. - Com o que estavam adornados?>

<R. - Com uma Trama e Romãs.> <<Ver I Reis, Cap. 7.>>

P. - Como chegastes à Câmara do Meio?

R. - Por um par de Escadas em espiral.

P. - Quantos?

R. - Sete ou mais.

P. - Por que Sete ou mais?

R. - Porque Sete ou mais fazem uma Loja Maçônica Justa e Perfeita.

P. - Quando chegastes à Porta da Câmara do Meio, o que vistes?

R. - Um Vigilante.

P. - O que foste pedido a vós?

R. - Três Coisas.

P. - O que eram?

R. - Um Sinal, um Toque e uma Palavra.

(O Sinal se faz colocando a M\ D\ no P\ E\, o Toque é dando sua M\ D\ à Pessoa que o pede, pressionando com a P\ de seu Pol\ sobre a primeira J\ do dedo M\, e a Palavra é J\.)

P. - Quão alta era a Porta da Câmara do meio?

R. - Tão alta que um Impostor não poderia alcançar a cravar um Alfinete.

P. - Quando chegaste até o meio, o que viste?

R. - A Imagem da Letra G.

P. - Quem simboliza essa G?

R. - Um que é maior que vós.

P. - Quem é maior que eu, que sou um Maçom Livre e Aceito, o Mestre de uma Loja Maçônica?

R. - O Grande Arquiteto e Projetista do Universo, ou Aquele que foi elevado até a cúspide do Pináculo do Sagrado Templo.

P. - Sabes recitar a Letra G?

R. – Esforçar-me-ei.

O Recital da Letra G

Resp. - No meio do Templo do Salomão está um G,
Uma Letra nítida para que todos a leiam e vejam,
Mas poucos haverá que entendam
O que quer dizer essa Letra G.

Exam. - Meu amigo, se a esta Fraternidade
Pretendes pertencer,
Podes imediata e exatamente dizer
O que significa essa Letra G.

Resp. - Mediante as Ciências advém à Luz
Corpos de diversos Tipos,
Que aparecem a perfeita Vista;
Mas ninguém salvo os Varões conhecerá meu Pensamento.

Exam. - Os Retos o farão.

Resp. - Se forem Veneráveis.

Exam. - Reto e Venerável ambos eu sou,
Para vos Saldar tenho Autoridade,
Que sem demora me façais conhecer,
De modo que vos possa entender.

Resp. - Por Letras Quatro e Ciência Cinco
Esta G retamente está,
Em devida Arte e Proporção,
Têm vossa Resposta, Amigo.
(As Quatro Letras referem-se a B\[15], a Quinta Ciência a Geometria.)

Exam. - Meu amigo, respondeste bem,
Se os Retos e Livres Princípios descobristes,
Trocarei vosso Nome de Amigo,
E daqui em diante vos chamarei Irmão.

Resp. - As Ciências bem estão compostas
De Verso de nobre Estrutura,
Um Ponto, Uma Linha, e um Exterior;
Mas um Sólido é o último.

Exam. - Que a boa Acolhida de Deus[16] seja para com esta nossa feliz Reunião.

Resp. - E para com todos os Retos e Veneráveis Irmãos e Companheiros.

Exam. - Da Reta, Venerável e Sagrada Loja Maçônica de São João.

Resp. - De onde venho.

Exam. - Vos saúdo, vos saúdo, vos saúdo três vezes, de todo coração, almejando seu Nome.

Resp. – F_____.

Exam. - Bem-vindo, Irmão, pela Graça de Deus.

Fim da Parte de Companheiro do Ofício.

O GRAU DE MESTRE

P. - Sois um Mestre Maçom?

R. - Sou-o, me ponham a prova, me comprovem, me refutem se possais.

P. - Onde fostes exaltado Mestre?

R. - Em uma Perfeita Loja Maçônica de Mestres.

P. - O que constitui uma Perfeita Loja Maçônica de Mestres?

R. - Três.

P. - Como chegaste a ser exaltado Mestre?

R. - Pela ajuda de Deus, pelo Esquadro e pela minha própria Obra.

P. - Como fostes aprovado Mestre?

R. - Passando do Esquadro ao Compasso.

Exam. - Presumo que fostes um Aprendiz Aceito.

R. - Ví J\e B\;

Um Mestre Maçom eu fui feito mais raro,

Com o Diamante, com a Pedra e com o Esquadro[17].

Exam. - Se pretendes ser um Mestre Maçom,

Terás que compreender corretamente a Regra de Três.

E M\ Ben\ vos fará livre;

E tudo aquilo que desejas na Maçonaria,

Nesta Loja Maçônica vos será mostrado.

R. – A boa Maçonaria eu compreendo;

As chaves de todas as Lojas Maçônicas estão a minha Disposição.

Exam. - Sois um heroico Companheiro, de onde vindes?

R. - Do Oriente.

Exam. - Aonde vais?

R. - Ao Ocidente.

Exam. - O que ides fazer lá?

R. - Procurar o que foi perdido e agora foi encontrado.

Exam. - O que é o que foi perdido e agora foi encontrado?

R. - A Palavra de Mestre Maçom.

Exam. - Como se perdeu?

R. - Por Três Grandes Golpes, ou pela Morte de nosso Mestre Hiram.

Exam. - Como veio sua Morte?

R. - Na Construção do Templo de Salomão era Mestre Maçom, e às 12 em ponto do Meio-dia, quando os Homens tinham ido descansar, veio, como era seu Costume habitual, a inspecionar os Trabalhos. Quando tinha entrado no Templo, havia ali Três Rufiões, que se supõe eram Três Companheiros do Ofício, quais tinham se plantado nas Três Entradas do Templo, e quando foi à saída, eles exigiram dele a Palavra de Mestre. Ele respondeu que não a recebeu dessa maneira, mas que o Tempo e um pouco de Paciência os conduziriam a ela: Aquele, não satisfeito com essa Resposta, o deu um Golpe[18], que lhe fez cambalear, foi à outra Porta, onde sendo abordado da mesma maneira e dando a mesma Resposta, recebeu um Golpe maior, e na terceira seu Quietus[19].

Exam. - Com o que os Rufiões o mataram?

R. - Com um Maço, uma Ferramenta, e um Malhete[20].

Exam. - Como dispuseram dele?

R. - Levaram-no fora junto à Porta Ocidente do Templo, e o ocultaram sob alguns Escombros até eram 12 em Ponto novamente.

Exam. - Que Hora era essa?

R. - Às 12 em Ponto da Noite, enquanto os Homens se achavam em Repouso.

Exam. - Como dispuseram dele depois?

R. - Transportaram-no ao Cume da Colina, onde fizeram uma Sepultura decente e o enterraram.

Exam. - Quando ele foi perdido?

R. - No mesmo Dia.

Exam. - Quando ele foi encontrado?

R. - Quinze Dias depois.

Exam. - Quem o encontrou?

R. - Quinze Amados Irmãos, por Ordem do Rei Salomão, saíram pela Porta Ocidente do Templo, e se separaram a Direita e Esquerda sem ultrapassar a distância em que pudessem ouvir-se um a outro quando se dessem um Aviso. Acordaram entre si que se não achassem a Palavra nele ou perto dele, a primeira Palavra [pronunciada] seria [a partir de então] a Palavra de Mestre. Um dos Irmãos, mais fatigado que o resto, sentou-se para repousar, e agarrando um Arbusto, que se desprendeu facilmente, percebeu que a Terra tinha sido removida, Convocou a seus Irmãos. Prosseguindo todos com suas Buscas o encontraram enterrado decentemente em uma admirável Cova de 6 Pés a Oriente, 6 a Ocidente e 6 Pés em Perpendicular, cuja Cobertura era Musgo e Grama verdes, o qual lhes surpreendeu. Sua resposta foi, Muscus Domus Dei Gratia, o que, de acordo à Maçonaria, é, Graças a Deus, nosso Mestre tem uma Casa de Musgo: Então o cobriram minuciosamente, e como no ulterior Ornamento, colocaram um Ramo de Acácia[21] na Cabeceira de sua Sepultura, se foram e deram conta ao Rei Salomão.

Exam. - O que disse o Rei Salomão sobre tudo isso?

R. – Em respeito a ele ordenou que fosse erguido e enterrado decentemente, e que 15 Companheiros do Ofício com Luvas e Aventais brancos atendessem a seu Funeral (o qual é obrigado a realizar-se entre os Maçons até os dias de Hoje.)

Exam. - Como foi erguido Hiram?

R. - Como o são todos os outros Maçons, quando recebem a Palavra de Mestre.

Exam. - Como é isso?

R. - Pelos Cinco Pontos de Companheirismo.

Exam. - Quais são?

R. - M\ com M\, P\ com P\, F\com F\, J\ com J\, e M\ nas CC\.

(Quando Hiram foi erguido, o tomaram pelos Indicadores, e a Pele se soltou, o que se chama o Desprendimento, o estender da M\ D\ e o colocar do Dedo M\ no P\, abraçando com os dedos Ind\e o An\ os Lados desta, chama-se a Garra. O Sinal se faz colocando o P\ da M\ D\ contra o P\ Esq\, estendendo os Dedos.)

Exam. - Como se chama um Mestre Maçom?

R. - Acácia é meu Nome, e venho de uma Justa e Perfeita Loja Maçônica.

Exam. - Onde foi enterrado Hiram?

R. - No Sanctum Sanctorum.

Exam. - Como foi introduzido?

R. - Pela Porta Ocidente do Templo.

Exam. - Quais são as Joias do Mestre?

R. - O Átrio, a Trapeira e o Pavimento Mosaico.

P. – Explicai-as.

R. - O Átrio é a Entrada para o Sanctum Sanctorum, a Trapeira as Janelas ou Luzes de seu interior, o Pavimento Mosaico o Piso do Terreno.

Exam. – Dai-me a Palavra de Mestre.

R. - A sussurra no Ouvido, e sustentado pelos Cinco Pontos de  Companheirismo antes mencionados, diz M\ Ben\, que significa O Construtor foi golpeado.

(Se alguns Maçons estiverem em seu Trabalho, e desejem distinguir um Maçom Aceito dos demais, tomem um Pedaço de Pedra e lhe perguntem a que cheira, ele responderá imediatamente, nem a Cobre, nem a Ferro, nem a Aço, e sim a um Maçom, logo, ao lhe perguntar que idade tem, responderá que tem S\ anos e mais, o qual indica que passou à Mestre.)

Fim da Parte do Mestre.



Tiago Roblêdo M\ M\
Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem

 
REFERÊNCIAS


O Ofício do Maçom, Henry Carr




[1] Carlos Martel ou Carlos Martelo (em francês: Charles Martelem latim: Carolus Martellus) foi mordomo do palácio de 717 a 741 e duque da Austrasia e o soberano de fato dos Francos. Filho ilegítimo de Pepino de Herstal, prefeito do palácio da Austrásia com sua concubina Alpaida, e nascido em Herstal, no que agora é a Valônia, na Bélgica, Martel expandiu seu domínio sobre os três reinos francos: Austrásia, Nêustria e Borgonha. Foi patrono de obras de arquitetura em seu tempo e por isso figura constante nos documentos maçônicos operativos.
[2] É evidente que na frase latina não aparece "Mestre", mas assim traduz Prichard.
[3] Em certas Tradições Maçônicas, Adão era simbolicamente considerado o “Primeiro Maçom”, pois era em si primeira obra de Maçonaria (construído a partir da massa) e ainda conservando em sua natureza a Geometria Sagrada, dado que foi “projetado” a “imagem e semelhança” divinas conforme visto em Gen. 1:26.
[4] "Real Masons": designa um dos grupos contemporâneos.
[5] A “Ordem Antiga e Nobre de Gormogons” era uma sociedade secreta britânica do século XVIII, cujo objetivo era satirizar a Maçonaria tradicional. Parodiando a temática salomônica da Maçonaria Regular, traça a sua origem de sua ordem aos primeiros imperadores da China.  A ordem foi posteriormente acusada de jacobinismo. O primeiro grande mestre foi nomeado de "Ecuménico Volgi" e foi Andrew Michael Ramsay da Escócia, um jacobino. A origem da palavra "Gormogon", segundo o Dicionário da Língua Vulgar 1811, seria um monstro de muitos olhos, braços e pernas.

[6] Respectivamente "I Hail it". "I Conceal it". "Hail" tem também o sentido antigo de "pertencer a" segundo alguns autores, e deste modo um muito distinto, o do "granizar" em uma tormenta atmosférica. Também o de "devorar".

[7] O Profeta Joel situa o Juízo Final no Vale de Josafat (Jl, 4, 1-2.12). Neste vale encontram-se vários monumentos sepulcrais do Segundo Templo, entre eles, Absalão (2 Sam, 18,18), Bnei Hezir (1 Cr, 24, 15), faz alegoria bíblia a um lugar oculto, ermo ou distante.
[8] "Indented Tarsel".
[9] "Trasel Board, Rough Ashler, and Broach'd Thurnel". Pode ser que Thurnel seja corrupção do Ornel, ou Urnel, que designa um tipo de pedra de construção branca e branda, broached significa trabalhada ou lavrada com um cinzel ou uma broca de escarear (The Early Mas Cat. 1963, P. 241).

[10] Originalmente no documento: Jewels.

[11] No documento original “cowans”, conhecidos popularmente no vernáculo brasileiro como “goteiras”.
[12] ".or does it lê?".
[13] Mais precisamente a boca em si, cujo suas duas mandíbulas, da qual os dentes constituem as "Chaves de Marfim", o "Cabo de Reboque" pode ser também a distância ao coração, sede simbólica tradicional da Inteligência.

[14] Mould-stone” também pode significar "Pedra protótipo", como uma peça a reproduzir.

[15] As quatro letras são quatro gammas (G). Ver R. Guénon, "A letra G e a Suástica", cap. XVII de Símbolos Fundamentais da Ciência Sagrada.
[16] "God's good Greeting be to this.". Ao destacar as  três letras G’s com quais começa a frase em inglês, as quais ressaltam no conjunto sonoro original, e que poderiam ver-se como correspondendo a três planos ou aspectos unidos na situação polar da letra G, suscetível de uma transposição ao não manifesto pelo que ela simboliza. N. do T.: Numa versão adaptada à fraseologia maçônica de nossa língua uma opção seria seja “Que as Graças do Grande Geômetra seja para com esta nossa feliz Reunião.”.
[17] No Mason's Examination [Exame de um Maçom], publicado sem título em 1723, o conhecimento da Pedra (Silhar), o Diamante e o Esquadro caracterizam ao Companheiro no que tange ao Mestre, se indica pela Palavra Sagrada.
[18] Blow: significa também sopro (de vento).
[19] Termo de origem latina que significa algo que serve para suprimir ou eliminar, a libertação da vida, ou seja, a morte  ou a desobrigação final de um dever ou da dívida.
[20] "A Setting Maul, Setting Tool and Setting Beadle".

[21] No The Concise Oxford dictionary of English etymology, Oxford University Press, New York 1992, aparecem, "acácia": S. XIV, procedente do latim e este do grego akakía (que pode traduzir-se como "sem maldade": a-kakos), e "cassia", que é a que figura aqui: do inglês antigo e medieval, naturalizada no S. XVI, do latim e este do grego kasíâ, e este do hebreu kesi'âh (arbusto que se parece com o cinamomo, significando o feminino kâsa': tirar, ou tirar, uma coberta ou envoltório). No Webster's New Collegiate Dictionary, Springfield, Mas. 1958, onde aparecem ambas com a procedência citada, "acácia" designa "originalmente um arbusto espinhoso achado no Egito". De distintas variedades do gênero se extraem a borracha arábica e certa medicina. Segundo Bernard J. Jones, a Acácia vera, variedade espinhosa do Egito, é a verdadeira acácia maçônica, distinguindo-se pela forma dos ramos e sobre tudo a disposição de suas folhas (Freemason's Guide and Compendium, P. 490.). A Arca, a Mesa e o Altar dos Holocaustos, assim como o madeiramento do Tabernáculo eram de acácia (Exodo, 25-27).

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