A moral, propriamente dita,
não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos
dignos da felicidade.
- Emmanuel Kant
O
Código Moral Maçônico é um conjunto
de regras de conduta ética, moral e social, seus alicerces foram lançados já ano
1717, quando aconteceu a primeira reorganização oficial de Lojas Maçônicas. Naquele momento criou-se a Grande Loja de Londres e Westminster, que com o passar dos anos
conformaria a Grande Loja Unida da
Inglaterra. Contudo, este Código Moral,
foi decisivamente desenvolvido e aprovado pelo Congresso de Lausanne (Suíça), acontecido entre 6 e 22 de setembro
de 1875. Para a laboração dos trabalhos, além da própria a Suíça,
comprometeram-se os corpos maçônicos da Inglaterra e País de Gales, Bélgica,
Escócia, França, Itália, Peru, Portugal, Grécia, Hungria e Cuba. Entretanto a
Grécia e Escócia se retiraram previamente, e o documento final foi assinado
pelos nove Supremos Conselhos que tinham permanecido representados[1].
Contando
com algumas variantes (dadas as diferentes traduções), a versão utilizada para
esta tradução foi publicado no José Antonio Ferrer Benimeli, La Masonería española: La Historia en sus
textos, Madrid, 1996, pp. 103-104 encontrada em http://www.diariomasonico.com/historia/codigo-masonico-1916 (em 09/09/2014), sua edição
original é de Zaragoza, 5 de fevereiro de 1916. A opção por uma fonte em língua
espanhola se deu pela maior concordância (do que a língua inglesa) das versões
publicadas pelas Grandes Lojas
reconhecidas (no Brasil) nessa língua. As normas do Código Moral Maçônico seriam as seguintes:
Venera ao Grande Arquiteto do Universo.
A verdadeira reverência que se dá ao Grande
Arquiteto consiste nas boas obras.
Tenha sempre sua alma em um estado puro para
comparecer dignamente diante sua consciência.
Ama a seu próximo como a ti mesmo.
Não faça o mal para esperar o bem.
Faz o bem por amor ao próprio bem.
Estima aos bons, ama aos fracos, evade dos
maus, mas não odeie a ninguém.
Não lisonjeie a seu irmão, pois é uma perfídia;
e se seu irmão te lisonjeia, teme que te corrompa.
Escuta sempre a voz de sua consciência.
Seja o pai dos pobres; o pranto que sua severidade
os arrancou, será como outras tantas maleficências que cairão sobre ti.
Respeita ao visitante local ou forasteiro; ajude-lhe,
sua pessoa deve ser sagrada para ti.
Evita as querelas, previne os insultos, deixa
que a razão fique sempre de seu lado.
Partilha com o faminto seu pão, já aos pobres
e aos peregrinos acolha-os em sua casa; quando vê o nu, cobre-o e não desprecie
tua carne na sua.
Não se apresse em te irar, porque a ira
repousa no seio do néscio.
Detesta a avareza, porque quem ama as
riquezas nenhum fruto tirará delas, pois isto também é vaidade.
Evade dos ímpios, porque sua casa será
arrasada, mas, as Lojas dos justos florescerão.
No caminho da honra e da justiça está a vida,
mas no caminho do desvio estará à morte.
O coração dos sábios está onde se pratica a
virtude, e o coração dos néscios, onde se festeja a vaidade.
Respeita às mulheres, não abuse jamais de sua
fragilidade e muito menos pense as desonrar.
Se tiver um filho, te regozije, mas teme pelo
tanto que se te confia. Faz com que até os dez anos te tema, até os vinte te
ame e até a morte te respeite. Até os dez anos seja seu professor, até os vinte
seu pai e até a morte seu amigo. Pensa em lhe dar bons princípios antes de
belas maneiras, que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância. Faz um
homem honesto antes de um homem hábil.
Se te envergonhar de seu destino, tenha
orgulho; pensa que se este nem te honra e nem te agrada, deve cumpri-lo de
modo que te traga uma coisa ou outra.
Lê e aproveita, vê e imita, reflete e
trabalha, te ocupe sempre no bem de seus Irmãos e trabalhará para ti mesmo.
Te contente de tudo, por tudo e com tudo.
Não se apresse em julgar as ações dos homens,
não reprove e elogie menos; antes procura sondar bem os corações para poder
apreciar suas obras.
Seja entre os profanos livre sem permissividade,
grande sem orgulho, humilde sem baixeza; e entre os Irmãos, firme sem ser
tenaz, rigoroso sem ser inflexível e dócil sem ser servil.
Fala moderadamente com os grandes,
prudentemente com seus iguais, sinceramente com seus amigos, docemente com os
pequenos e eternamente com os pobres.
Justo e valoroso defenderá ao oprimido,
protegerá a inocência, sem esperar nada dos serviços que prestar.
Exato apreciador dos homens e das coisas, não
atenderá mais que ao mérito pessoal, sejam quais forem suas classes, status e a
riquezas.
O dia que se generalizem estas máximas entre
os homens, a espécie humana será feliz, e a Maçonaria terá terminado sua tarefa
e cantado seu triunfo regenerador.
Autoria de Tiago
Roblêdo M\ M\
Visita
Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem
REFERÊNCIAS
[1]
Os
Supremos Conselhos dos Estados Unidos (jurisdição sul), Argentina e Colômbia
deram seu assentimento, mas não puderam enviar respectivos representantes,
quanto ao Chile, havia comunicado que daria seu assentimento às resoluções do
Conclave. Neste ínterim foi apresentada uma relação dos Supremos Conselhos
regularmente reconhecidos no mundo, a saber, Estados Unidos (Jurisdição Norte e
Sul), Costa Rica, Inglaterra, Bélgica, Canadá, Chile, Cuba, Escócia, Colômbia,
França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, México, Peru, Portugal, Argentina,
Suíça, Uruguai e Venezuela. O Brasil apesar de contar com um dos mais antigos Conselhos do mundo, não figurava nesta
relação, possivelmente como consequência por não ter participado das conversações.
Apenas na ata da décima sessão se faria menção à questão do reconhecimento do
Brasil
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